São Paulo, quinta-feira, 08 de outubro de 2009

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Prêmio reflete hegemonia de bioquímicos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Marie Curie, a primeira mulher a ganhar o Nobel de química, recebeu o prêmio, em 1911, porque tinha descoberto os elementos rádio e polônio. Nada poderia ter mais cara de química não-aplicada do que isso. Já Ada Yonath, uma das vencedoras neste ano, leva a láurea para casa por causa do seu trabalho com ribossomos -algo na fronteira com a biologia.
E ela não é exceção. Em 2008, 2006, 2005 e 2004 os prêmios também foram concedidos a pesquisadores que trabalhavam com temas da bioquímica. Estaria o Nobel de química virando um Nobel de biologia?
"Para estudar biologia, você precisa de química. É cada vez mais difícil separar a ciência em áreas específicas", disse à Folha Thomas Steitz, um dos ganhadores do prêmio desse ano.
Outra coisa a se considerar: a biologia molecular, em especial, está atingindo a maturidade só agora. Ela relaciona a bioquímica com a genética. "É uma área que está no auge do seu desenvolvimento", diz Nilson Zanchin, biólogo do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron.
"Eu acho que existiram várias fases. Houve uma fase áurea da física, uma da química... A biologia, por não ser exata, foi ficando para trás, porque existia uma maior dificuldade para usar o método científico." Para os especialistas, ainda há muito a descobrir na área. "Penso que esse ritmo vai ser mantido nos próximos 20 anos. Há a questão do envelhecimento, da morte celular, da terapia celular, só para citar alguns", diz Zanchin. (RM)


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