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Cientistas transformam célula do sangue em célula cardíaca
Tecidos desenvolvidos batem igual aos originais do coração
DE SÃO PAULO
Cientistas da Universidade
Johns Hopkins (EUA) anunciaram uma receita mais simples e eficiente para transformar células do sangue em células cardíacas, que batem
de forma idêntica às naturais
do coração.
O estudo, publicado na revista "PLoS One", deve ajudar a criar culturas celulares
nas quais será possível testar
medicamentos para doenças
cardíacas. No futuro mais
distante, tais células poderiam ser diretamente transplantadas para quem tem
problemas de coração.
Para o médico Elias Zambidis, coordenador do estudo,
a analogia culinária não é só
força de expressão. "A receita para esse processo era a de
um minestrone [sopa tipicamente italiana] complicadíssimo, e nós a transformamos
numa sopa simples", comparou ele em comunicado.
Hoje, para obter a transformação completa de um tipo
celular em outro, é comum
que os cientistas usem certos
vírus. Tais vírus carregam
certos genes capazes de induzir a chamada pluripotência -a capacidade de assumir um estado celular semelhante ao de um embrião.
Os vírus, então, transferem esses genes às células escolhidas, que se tornam pluripotentes. Depois, elas são
cultivadas de maneira a se
transformar na variedade celular desejada.
Zambidis e companhia
conseguiram transferir os genes diretamente às células
do sangue, usando um fragmento circular de DNA. Depois, usaram um "caldo" especial mais simples e barato
para cultivar as células do
sangue e transformá-las em
células cardíacas.
O que mais chamou a atenção foi a eficiência do processo: cerca de 95% das células
que se tornaram pluripotentes passaram a bater como
células cardíacas. Em procedimentos anteriores, uma taxa de sucesso de 10% já era
considerada muito boa.
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