São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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Cientistas transformam célula do sangue em célula cardíaca

Tecidos desenvolvidos batem igual aos originais do coração

DE SÃO PAULO

Cientistas da Universidade Johns Hopkins (EUA) anunciaram uma receita mais simples e eficiente para transformar células do sangue em células cardíacas, que batem de forma idêntica às naturais do coração.
O estudo, publicado na revista "PLoS One", deve ajudar a criar culturas celulares nas quais será possível testar medicamentos para doenças cardíacas. No futuro mais distante, tais células poderiam ser diretamente transplantadas para quem tem problemas de coração.
Para o médico Elias Zambidis, coordenador do estudo, a analogia culinária não é só força de expressão. "A receita para esse processo era a de um minestrone [sopa tipicamente italiana] complicadíssimo, e nós a transformamos numa sopa simples", comparou ele em comunicado.
Hoje, para obter a transformação completa de um tipo celular em outro, é comum que os cientistas usem certos vírus. Tais vírus carregam certos genes capazes de induzir a chamada pluripotência -a capacidade de assumir um estado celular semelhante ao de um embrião.
Os vírus, então, transferem esses genes às células escolhidas, que se tornam pluripotentes. Depois, elas são cultivadas de maneira a se transformar na variedade celular desejada.
Zambidis e companhia conseguiram transferir os genes diretamente às células do sangue, usando um fragmento circular de DNA. Depois, usaram um "caldo" especial mais simples e barato para cultivar as células do sangue e transformá-las em células cardíacas.
O que mais chamou a atenção foi a eficiência do processo: cerca de 95% das células que se tornaram pluripotentes passaram a bater como células cardíacas. Em procedimentos anteriores, uma taxa de sucesso de 10% já era considerada muito boa.


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