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Senado dos EUA derruba lei antipoluição
Projeto vetado limitaria emissões de gás carbônico do país, principal culpado pelo aquecimento global
CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA
A última esperança de ver os
Estados Unidos tomarem alguma providência contra a mudança climática antes de o próximo presidente assumir foi sepultada na sexta-feira. Os republicanos no Senado americano
vetaram o projeto de lei que limitaria as emissões de gases de
efeito estufa no país que mais
polui o planeta.
A lei foi proposta pelos senadores democratas Barbara Boxer e Joe Lieberman e pelo republicano John Warner. Ela
criaria um sistema de comércio
de emissões no país, forçando
empresas que emitissem acima
da cota a comprar créditos de
carbono das que tivessem conseguido exceder a meta de redução de CO2.
Após três dias de discussões
sobre o projeto no Senado, os
democratas quiseram colocar a
lei em votação final, uma moção que precisaria de 60 votos
para ser aprovada. Apenas 48
senadores votaram a favor, o
que joga para o ano que vem a
discussão da medida.
Críticos da legislação, entre
eles vários senadores republicanos, disseram que a lei aumentaria o preço da energia
nos EUA, incluindo o preço do
petróleo. E não há tema mais
sensível no momento: com o
preço da gasolina numa alta recorde e o desemprego em ascensão em pleno ano eleitoral,
falar em aumento do valor dos
combustíveis é suicida, na visão de vários parlamentares.
Mas a lei também tem críticos do outro lado do espectro
político. Para estes, a proposta
permitiria a algumas indústrias
prosperar, forçando ao mesmo
tempo o americano médio a
pagar mais pela energia.
Se aprovada neste ano, a lei
americana contra o aquecimento global poderia dar um
tom mais esperançoso às negociações do acordo que substituirá e ampliará o Protocolo de
Kyoto a partir de 2013.
O novo acordo vem sendo
discutido no âmbito da Convenção do Clima das Nações
Unidas, mas tem enfrentado
uma enorme resistência do governo George W. Bush.
As negociações oficiais do
texto começam no fim deste
ano na Polônia, quando o próximo presidente já estará eleito
mas o governo Bush ainda não
terá acabado. Nesse contexto, a
ação do Congresso seria uma
sinalização política importante
sobre o tamanho das metas de
corte de carbono que os EUA
estariam dispostos a negociar.
Barack Obama, virtual candidato democrata à Casa Branca,
criticou a liderança republicana no Senado pelo veto.
Com "The New York Times"
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