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Empresário dará R$ 113 mi para captura de gás-estufa
Concurso estará aberto por cinco anos e tem cientistas de renome entre os jurados
Sir Richard Branson, da
Virgin, negou que esteja
sendo hipócrita ao premiar
mitigação de carbono sendo
dono de companhia aérea
DA REDAÇÃO
O bilionário britânico Sir Richard Branson, dono da Virgin,
anunciou ontem um prêmio de
25 milhões (cerca de R$ 113
milhões) para a primeira pessoa que desenvolver um método barato de remover quantidades significativas de gás carbônico da atmosfera, ajudando
a mitigar o aquecimento global.
O anúncio foi feito ontem ao
lado do ex-vice-presidente
americano Al Gore, indicado
para o Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha de conscientização sobre a crise climática,
narrada no filme "Uma Verdade Inconveniente".
Branson disse esperar que o
prêmio possa estimular o pensamento criativo e livrar a humanidade da autodestruição.
"O homem criou o problema e o
homem pode resolver o problema", afirmou o magnata, durante uma entrevista coletiva
na qual lançou o Virgin Earth
Challenge (Desafio Virgin da
Terra, em inglês).
"A menos que consigamos
elaborar uma forma de remover o CO2 da atmosfera da Terra, perderemos metade das espécies do planeta, todos os recifes de coral, cem milhões de
pessoas serão deslocadas, áreas
agrícolas virarão desertos e as
florestas tropicais, terras estéreis", declarou.
Apesar do engajamento aparente na causa ambiental,
Branson é dono de uma companhia aérea -uma das atividades que mais contribuem para as emissões de gás carbônico
no setor de transportes.
Ele rejeitou, no entanto, sugestões de que estivesse sendo
hipócrita ao anunciar o prêmio. "Eu poderia fechar minha
companhia aérea hoje, mas a
British Airways simplesmente
tomaria seu lugar", afirmou,
completando que estava investindo em motores e combustíveis mais limpos.
O anúncio do prêmio veio
exatamente uma semana depois que o IPCC, painel de climatologistas convocado pela
ONU, lançou um relatório prevendo que o planeta aquecerá
uma média de 3C até 2100,
com conseqüências graves.
O prêmio estará aberto por
cinco anos. Entre os jurados estão o americano James Hansen, pioneiro no alerta sobre a
mudança climática, e o britânico James Lovelock, autor da
célebre hipótese Gaia.
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