São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

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Empresário dará R$ 113 mi para captura de gás-estufa

Concurso estará aberto por cinco anos e tem cientistas de renome entre os jurados

Sir Richard Branson, da Virgin, negou que esteja sendo hipócrita ao premiar mitigação de carbono sendo dono de companhia aérea

DA REDAÇÃO

O bilionário britânico Sir Richard Branson, dono da Virgin, anunciou ontem um prêmio de 25 milhões (cerca de R$ 113 milhões) para a primeira pessoa que desenvolver um método barato de remover quantidades significativas de gás carbônico da atmosfera, ajudando a mitigar o aquecimento global.
O anúncio foi feito ontem ao lado do ex-vice-presidente americano Al Gore, indicado para o Prêmio Nobel da Paz pela sua campanha de conscientização sobre a crise climática, narrada no filme "Uma Verdade Inconveniente".
Branson disse esperar que o prêmio possa estimular o pensamento criativo e livrar a humanidade da autodestruição. "O homem criou o problema e o homem pode resolver o problema", afirmou o magnata, durante uma entrevista coletiva na qual lançou o Virgin Earth Challenge (Desafio Virgin da Terra, em inglês).
"A menos que consigamos elaborar uma forma de remover o CO2 da atmosfera da Terra, perderemos metade das espécies do planeta, todos os recifes de coral, cem milhões de pessoas serão deslocadas, áreas agrícolas virarão desertos e as florestas tropicais, terras estéreis", declarou.
Apesar do engajamento aparente na causa ambiental, Branson é dono de uma companhia aérea -uma das atividades que mais contribuem para as emissões de gás carbônico no setor de transportes.
Ele rejeitou, no entanto, sugestões de que estivesse sendo hipócrita ao anunciar o prêmio. "Eu poderia fechar minha companhia aérea hoje, mas a British Airways simplesmente tomaria seu lugar", afirmou, completando que estava investindo em motores e combustíveis mais limpos.
O anúncio do prêmio veio exatamente uma semana depois que o IPCC, painel de climatologistas convocado pela ONU, lançou um relatório prevendo que o planeta aquecerá uma média de 3C até 2100, com conseqüências graves.
O prêmio estará aberto por cinco anos. Entre os jurados estão o americano James Hansen, pioneiro no alerta sobre a mudança climática, e o britânico James Lovelock, autor da célebre hipótese Gaia.


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