KARINA OGO
da Folha Vale

A definição sobre a liberação da verba por parte do governo federal para a participação brasileira na Estação Espacial Internacional (ISS) deve ocorrer o mais breve possível, independentemente da posição a ser tomada.
A informação foi dada pelo gerente do Programa Brasileiro para a ISS, Petrônio Noronha de Souza, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (97 km a nordeste de São Paulo), onde foram construídos os dois primeiros satélites do Brasil.
"Nossa situação, hoje, é que precisamos de uma decisão clara e inequívoca quanto à continuidade ou não do Brasil no projeto. Se não temos dinheiro, que digam que não vamos participar. Se temos, que se faça a liberação imediatamente", afirmou o pesquisador.
Segundo ele, o que não pode acontecer é o adiamento da decisão. "O pior que pode ocorrer é dizerem que o programa interessa, mas que não há dinheiro ou que ainda não sabem e que, por isso, vão deixar a questão para depois", disse o gerente do programa.
Souza classifica a possibilidade de o Brasil participar da ISS como "uma oportunidade única".
"É um compromisso internacional, em que estão envolvidos interesses políticos e tecnológicos. À época em que a participação brasileira foi confirmada, em 97, a realidade econômica talvez fosse diferente. Acidentes de percurso acontecem", afirmou.
Para ele, o atraso promovido pela falta de verba "ainda não trouxe prejuízos incontornáveis".
"Apesar do espaço aberto para a participação da iniciativa privada, assim como ocorre em outros países, a verba para o programa da estação espacial é essencialmente governamental, principalmente para a estrutura do projeto."
Segundo Souza, o país tem hoje outras prioridades, em especial na área social. "Sou favorável a que o governo atenda essa parte, mas existem também outras questões. É preciso eleger as prioridades."


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