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Corais somem cinco vezes mais rápido que florestas
Taxa média, que surpreendeu os cientistas autores do estudo, é de 2% ao ano
Nem mesmo a Grande
Barreira de Corais, situada
na Austrália, área protegida
considerada modelo de
preservação, está imune
M. Sussman
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Banco de coral das Ilhas Marshall analisado para a pesquisa |
DA REPORTAGEM LOCAL
Os recifes de corais desapareceram até 2004 a uma taxa média anual de 2%, - valor que é o
quíntuplo do índice de diminuição das florestas tropicais
do mundo. Em área, isso equivale a aproximadamente 293
mil campos de futebol das dimensões do Maracanã.
Pela primeira vez, cientistas
conseguiram medir com precisão o sumiço dos bancos coralinos de uma forma mais geral.
Se a dimensão da catástrofe
surpreendeu até mesmo os
pesquisadores, a lista de motivos não tem novidades. Boa
parte desse processo está sendo
causado pela humanidade, apesar de fenômenos naturais,
nesse caso, não poderem também ser de todo descartados.
A maioria dos dados analisados em um artigo científico publicado na versão eletrônica da
revista "PLoS ONE" referem-se aos oceanos Índico e Pacífico. Nessas áreas do globo é que
estão mais de 75% dos bancos
de corais do mundo.
Ao todo, 6001 medidas foram
processadas pela dupla John
Bruno e Elizabeth Selig, da
Universidade da Carolina do
Norte. Elas são referentes à
2667 bancos de corais.
Como mais de um recife foi
estudado em momentos diferentes entre 1968 e 2004, também foi possível notar a história cronológica do desaparecimento dos recifes de corais.
Enquanto nos anos 1980 a
cobertura média dos bancos
era de 42,5%, em 2003, essa
mesma referência caiu para
22,1%. O que equivale a uma taxa média de sumiço de 1% ou
1.500 km2.
O problema é que esse índice
tem aumentado. Se entre 20
anos ele ficou em 1%, entre
1997 e 2003 ele dobrou. Nesse
último período são mais de
3.100 km2 que desapareceram.
Globalização destrutiva
Do lado do Caribe, as referências científicas já existentes
também mostram algo bem parecido. Do lado de cá do mundo,
os corais estão desaparecendo a
uma taxa média anual de 1,5%.
Isso segundo medidas feitas
entre 1997 e 2001.
Mesmo nos oceanos Índico e
Pacífico, segundo os dados copilados agora pelos pesquisadores, não existe uma região
que esteja melhor que outra.
De acordo com o estudo, nem
mesmo na Grande Barreira de
Corais -área protegida na costa nordeste da Austrália considerada exemplo de preservação- os recifes estão a salvo.
A média de cobertura lá, apesar de existir uma certa estabilidade recente, é de 27%.
Para a dupla de pesquisadores que fez o estudo, está mais
do que claro que os formuladores de políticas públicas ainda
não despertaram para a urgência do problema.
Os corais são considerados
elos fundamentais da teia ecológica marinha. Como eles formam grandes ecossistemas nos
mares tropicais, sem eles, muitos peixes, e várias espécies de
invertebrados, terão dificuldade também para sobreviver.
Nos bancos de recifes não é
apenas a biodiversidade que é
extraordinária. A produtividade de nutrientes também é.
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