São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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EUA criam células-tronco para simular mal genético

Universidade Harvard produz material de pesquisa para estudar dez anomalias

Novo laboratório servirá como provedor de linhagens celulares que deverão ser distribuídas a cientistas de outros centros de estudos

Shinya Yamanaka/Divulgação
Cultura de células-tronco produzidas com a nova técnica

DA ASSOCIATED PRESS

Um grupo de cientistas da Universidade Harvard anunciou nesta semana a criação de linhagens de células tronco com mutações de DNA para o estudo de dez doenças genéticas diferentes. A intenção dos pesquisadores é simular em laboratório o desenvolvimento de tecidos orgânicos de portadores dessas anomalias para pesquisar novos tratamentos.
O trabalho está descrito em estudo na revista científica "Cell" (www.cell.com). Os pesquisadores dizem que em breve poderão fornecer as novas células a outros cientistas.
O grupo que criou as novas linhagens é liderado pelo biólogo George Daley, do Instituto de Células-Tronco de Harvard. Sua equipe usou células comuns de pele e de medula óssea de portadores das doenças genéticas para criar as novas linhagens experimentais.
Entre as anomalias escolhidas para a iniciativa estão algumas ligadas à doença de Huntington e à síndrome de Down. Males mais complexos, como o de Parkinson, também resultante da influência ambiental, estão incluídos na lista.
As novas células permitirão observar o progresso das doenças em bancadas de laboratório e estudar seu mecanismo molecular, afirmou Douglas Melton, um dos diretores do instituto em Harvard. "Acho que vamos ver nos próximos anos que isso vai abrir portas para uma nova maneira de tratar doenças degenerativas."
Para criar as novas células, Daley usou a técnica criada pelos grupos dos pesquisadores Shinya Yamanaka e James Thomson. No ano passado, os dois anunciaram uma maneira de reprogramar células comuns para fazê-las adquirir a mesma versatilidade das células-tronco embrionárias.
Melton afirma que as novas linhagens de células que reproduzem males específicos "representam uma coleção de doenças para as quais ainda não há tratamentos bons e, mais importante, não há bons modelos animais [cobaias] para estudá-las, em sua maioria".
Um novo laboratório foi criado só para servir como provedor de células para pesquisas, distribuindo-as a outros cientistas. "A esperança é que isso acelere a pesquisa e crie um clima de abertura", diz Daley.


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