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Japão apresenta meta pífia para evitar aquecimento
País irá reduzir 8% das emissões de gases-estufa até 2020; compromisso anterior era de 6% até 2012
Toru Hanai/Reuters
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O primeiro-ministro japonês Taro Aso anuncia meta à imprensa
DA REPORTAGEM LOCAL
O Japão anunciou ontem
uma meta de reduzir em 8% a
emissão de gases de efeito estufa até 2020, em relação às emissões de 1990. O objetivo, considerado fraco por outros países
e por ambientalistas, avança
pouco em relação ao Protocolo
de Kyoto, em que o país já havia
assumido o compromisso de
diminuir as emissões em 6%
entre 2008 e 2012.
O Japão é o quarto maior
emissor mundial de gases-estufa, que provocam o aquecimento global. "É um objetivo muito
ambicioso, que visa alcançar
uma melhoria de 33% na eficiência energética, além dos
30% de aumento de eficiência
alcançado durante a crise do
petróleo [na década de 1970]",
afirmou o primeiro-ministro
japonês, Taro Aso.
Yvo de Boer, o secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU, disse estar sem palavras quando jornalistas lhe
pediram para comentar o
anúncio da meta japonesa.
"Pela primeira vez em dois
anos e meio neste trabalho eu
não sei o que dizer", afirmou ele
em Bonn, na Alemanha. Ali os
países negociam o próximo
acordo do clima, que deve ser
fechado no final do ano em Copenhague (Dinamarca).
A União Europeia, por exemplo, tem como meta reduzir pelo menos 20% suas emissões
até 2020. "Nós encorajamos o
Japão a tomar novas medidas a
nível nacional e internacional",
disse o comissário europeu de
Ambiente, Stavros Dimas.
Para Kim Carstensen, da
ONG WWF, a meta "é uma vergonha, e traz um tom errado
para as negociações em Bonn".
"A decisão de Aso, influenciada
por poluidores em vez de pelo
público, torna mais difícil chegar a um bom acordo", disse.
Segundo o Greenpeace, as
propostas apresentadas até
agora pelos países industrializados significam uma redução
entre 5% e 12% em 2020. As
ONGs querem 40% de corte.
Com Reuters
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