São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2004

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EMBRIOLOGIA

Estudo quer desvendar doenças congênitas

Grupo nos EUA faz camundongo mutante desenvolver dois corações

FERNANDA CALGARO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Embriões de camundongo modificados geneticamente desenvolveram dois corações. Os animais mutantes foram resultado de uma pesquisa desenvolvida por uma equipe da Universidade da Pensilvânia (EUA), e publicada na revista científica "Science".
No estudo, o gene Foxp4, que regula a ativação de outros genes no camundongo, foi modificado e inserido em células embrionárias.
As duas regiões de um embrião normal que seriam destinadas a produzir o coração -que, durante o desenvolvimento, se fundem para formar o órgão com quatro cavidades-, foram separadas. Em ambos os lados, ocorreu o desenvolvimento independente de um coração, o que fez os cientistas concluírem que a união dessas duas partes do embrião não é necessária, como se imaginava.
Os dois corações do embrião mutante aparentavam ser órgãos completos, com válvulas e quatro cavidades (átrios e ventrículos).
"Os estudos indicam que as células primordiais do coração em embriões estão geneticamente programadas desde um estágio muito anterior ao que se pensava. E o conhecimento do desenvolvimento inicial do coração poderá levar a uma melhor compreensão de outros eventos que causam doenças congênitas em humanos", explicou Edward Morrisey, co-autor do estudo.
O próximo passo da pesquisa será identificar os genes que são regulados pelo Foxp4, que não se ativa em todas as células cardíacas. O objetivo agora será determinar que tipo de célula, excluindo-se o Foxp4, leva à formação de dois corações.


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