São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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ASTRONOMIA

Japoneses estudam matéria de disco de poeira

Grupo vê nascimento de sistema planetário em uma estrela jovem

DA REPORTAGEM LOCAL

Para entender como uma coisa funciona, nada melhor que observá-la. Claro que, quando essa coisa está a 63 anos-luz de distância, é bem mais difícil. Mas isso não impediu um grupo de pesquisadores japoneses de ver a quantas anda a formação de um sistema planetário em Beta Pictoris.
Os cientistas, encabeçados por Yoshiko Kataza Okamoto, da Universidade de Kitasato, usaram observações dessa estrela jovem, com no máximo uns 20 milhões de anos (o Sol, em comparação, tem 4,7 bilhões) com o objetivo de detectar a composição do disco de poeira existente ao redor dela e, com isso, tentar decifrar os mistérios de como nascem os planetas.
O que eles viram foi um conjunto de anéis de poeira, cuja distribuição sugere até que já existe lá um planeta formado a uma distância 12 vezes maior que a da Terra ao Sol, ou 12 UA (cada UA, ou unidade astronômica, mede 150 milhões de km). Ele estaria posicionado entre dois dos anéis, localizados a 6 e 16 UA da estrela. O terceiro anel estaria a 30 UA.
Existe hoje muita confusão na cabeça dos astrônomos sobre como se formam os planetas. A explicação mais comum é a da acreção -o surgimento de planetas seria resultado da colisão de grãos de poeira em torno da estrela logo após sua formação. Uma idéia alternativa, cada vez mais popular, sugere que os planetas nascem do colapso gravitacional de partes do disco de gás remanescente da fase de formação do astro central.
Estudos como o de Okamoto e colegas, que foi publicado na última edição da revista "Nature" (www.nature.com), ajudarão a elucidar essa questão. (SN)


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