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ASTRONOMIA
Japoneses estudam matéria de disco de poeira
Grupo vê nascimento de sistema planetário em uma estrela jovem
DA REPORTAGEM LOCAL
Para entender como uma coisa
funciona, nada melhor que observá-la. Claro que, quando essa coisa está a 63 anos-luz de distância,
é bem mais difícil. Mas isso não
impediu um grupo de pesquisadores japoneses de ver a quantas
anda a formação de um sistema
planetário em Beta Pictoris.
Os cientistas, encabeçados por
Yoshiko Kataza Okamoto, da
Universidade de Kitasato, usaram
observações dessa estrela jovem,
com no máximo uns 20 milhões
de anos (o Sol, em comparação,
tem 4,7 bilhões) com o objetivo de
detectar a composição do disco de
poeira existente ao redor dela e,
com isso, tentar decifrar os mistérios de como nascem os planetas.
O que eles viram foi um conjunto de anéis de poeira, cuja distribuição sugere até que já existe lá
um planeta formado a uma distância 12 vezes maior que a da
Terra ao Sol, ou 12 UA (cada UA,
ou unidade astronômica, mede
150 milhões de km). Ele estaria
posicionado entre dois dos anéis,
localizados a 6 e 16 UA da estrela.
O terceiro anel estaria a 30 UA.
Existe hoje muita confusão na
cabeça dos astrônomos sobre como se formam os planetas. A explicação mais comum é a da acreção -o surgimento de planetas
seria resultado da colisão de grãos
de poeira em torno da estrela logo
após sua formação. Uma idéia alternativa, cada vez mais popular,
sugere que os planetas nascem do
colapso gravitacional de partes do
disco de gás remanescente da fase
de formação do astro central.
Estudos como o de Okamoto e
colegas, que foi publicado na última edição da revista "Nature"
(www.nature.com), ajudarão a
elucidar essa questão.
(SN)
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