São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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MEDICINA

Grupo extrai célula-tronco versátil de testículo humano

DA "NEW SCIENTIST"

Homens podem se sentir desconfortáveis com a idéia, mas biópsias em testículos estão se mostrando uma boa fonte de células-tronco de potencial terapêutico. A esperança é que o tecido criado a partir do material testicular de um paciente não seja rejeitado quando implantado em outro lugar do corpo.
O potencial das células de testículo foi mostrado em estudo do grupo de Thomas Skutella, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, publicado anteontem na revista "Nature". Os cientistas coletaram espermatogônias, as células que eventualmente formam espermatozóides, e conseguiram transformá-las em diversos outros tipos de célula em laboratório.
"Nós as fizemos virar pele, estruturas do intestino, cartilagem, osso, músculo e neurônios", diz Skutella.
A idéia de retirar células dos testículos parece dolorosa, mas o pesquisador diz que esse tipo de biópsia já é feito com freqüência em homens submetidos a tratamentos de fertilidade. "Biópsias de pele podem parecer mais aceitáveis, mas elas machucam tanto quanto aquelas nos testículos", diz.
Em 2006, já havia sido mostrado que células de espermatogônias são semelhantes às embrionárias. Segundo o biólogo Robert Lanza, da empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology, o trabalho de Skutella mostrando que o mesmo vale para humanos é um "golaço", que "contorna os problemas imunológicos e éticos associados às células-tronco embrionárias".
Outros pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para avaliar o potencial das células de testículo, já que as células de Skutella não têm todas as características desejadas. "Elas não são idênticas às células-tronco embrionárias", diz Austin Smith, do Centro Wellcome Trust para Pesquisa em Células-Tronco, da Universidade de Cambridge.


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