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Biomassa poderá responder por até 25% da energia no mundo, avalia especialista
O Brasil precisa se esforçar
para não perder a primazia adquirida no campo da bioenergia
-mas, ao mesmo tempo, não
pode desprezar opções como as
hidrelétricas, a grande aposta
do governo hoje.
A opinião é de José Goldemberg, ex-secretário de Estado
de Meio Ambiente de São Paulo
e um dos maiores especialistas
em energia do país.
Ele assina um artigo na edição especial sobre o tema na revista "Science" da última sexta-feira, e defende que outras fontes de energia renovável, como
a eólica, não são boas opções
para o país. O mesmo vale para
a energia nuclear, outra aposta
do governo, da qual Goldemberg é opositor histórico.
"Temos outras fontes melhores. Mesmo em termos mundiais, isso pode gerar alguns
efeitos indiretos perigosos.
Apoiar a energia nuclear pode
ajudar países como o Irã ou a
Coréia do Norte a desenvolverem suas armas nucleares", disse Goldemberg à Folha.
No caso da energia eólica,
diz, "a região boa para isso está
apenas lá no Nordeste. Ao contrário da Dinamarca, que já
tem 20% de sua energia gerada
a partir dos ventos".
Para o ex-secretário, professor aposentado da USP, o Brasil tem uma liderança muito
grande no campo do etanol e
não pode perdê-la.
"A biomassa, no futuro, poderá responder por 20% ou
25% da matriz energética mundial, ao contrário dos 13% de
hoje. E dentro disso, o etanol
brasileiro, feito de cana-de-açúcar, é muito melhor em termos de balanço energético [relação entre a energia usada para produzir a energia e a que é
realmente disponibilizada no
fim do processo] que o de milho, usado nos Estados Unidos", afirma.
(EG)
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