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São Paulo, quinta-feira, 13 de fevereiro de 2003

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COLUMBIA

Comissão que apura causas do acidente não seria suficientemente independente, sugerem congressistas dos EUA

Parlamentares questionam investigação

DA REDAÇÃO

Dois comitês do Congresso norte-americano questionaram ontem o diretor da Nasa, Sean O'Keefe, sobre o grau de independência da comissão que investiga a destruição do ônibus espacial Columbia. Para os congressistas, o grupo tem ligações demais com setores do governo próximos da agência espacial dos EUA, o que poderia afetar sua isenção.
Dos nove membros do grupo, cinco são militares reformados ou na ativa, dois trabalham para o Departamento de Transportes, um é funcionário da Nasa, e o último a ser incluído é ex-presidente de uma empresa fornecedora de material bélico. "Temos de confrontar a retórica [de O'Keefe sobre a independência da comissão] com fatos", disse o deputado democrata Bart Gordon (oposição).
O'Keefe foi arguido pelo Comitê de Comércio, Ciência e Transportes do Senado e pelo Comitê de Ciência da Câmara dos Representantes. Deputados e senadores criticaram também o fato de que a comissão de investigação tenha sido nomeada pela Nasa.
Republicanos e democratas enfatizaram a necessidade de incluir cientistas e membros sem conexões governamentais na comissão. Alguns sugeriram que a equipe de investigadores fosse inteiramente modificada, nos moldes da comissão que investigou o desastre do ônibus espacial Challenger, em 1986. Os investigadores do Challenger estavam subordinados à Casa Branca -algo que O'Keefe estaria tentando evitar.
O diretor da Nasa reafirmou aos congressistas sua confiança na independência dos membros da comissão. "Nós vamos identificar o problema que provocou a perda do Columbia, vamos consertá-lo e vamos voltar a voar de forma tão segura quanto seja humanamente possível", afirmou O'Keefe.
A Nasa revelou ontem o conteúdo de gravações feitas nos minutos finais antes do acidente. As fitas contêm as falas entre os operadores no controle de vôo, que não se deram conta da gravidade da situação até interromper-se toda a comunicação com o Columbia.
Enquanto os ônibus espaciais não voltarem à ativa, a Rússia sugeriu diminuir para duas pessoas a tripulação da Estação Espacial Internacional, como forma de economizar viagens de transporte de astronautas e de suprimentos.


Com agências internacionais


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