São Paulo, quarta-feira, 13 de abril de 2005

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Leite e carne de clones podem ser consumidos sem risco, diz grupo

Associated Press - 19.fev.2004
A bezerra Vitoriosa (à dir.), ao lado da vaca Vitória, a partir da qual foi clonada pela Embrapa


DA ASSOCIATED PRESS

A carne e o leite obtidos de animais clonados são essencialmente idênticos aos de bichos que se reproduzem normalmente, de acordo com um estudo publicado na última edição da revista "PNAS". Os achados devem diminuir os receios da opinião pública e dos órgãos reguladores em relação à segurança de consumir esses produtos, diz Xiangzhong Yang, do Centro de Biologia Regenerativa da Universidade de Connecticut (Estados Unidos).
Atualmente, a FDA (agência reguladora de alimentos e fármacos dos EUA) pede que os animais clonados fiquem fora da cadeia alimentar enquanto sua segurança não for comprovada. Em princípio, esses animais seriam geneticamente idênticos aos que doaram seu DNA para que fossem copiados, mas muitas tentativas de clonagem acabaram gerando defeitos congênitos.
Contudo, "todos os parâmetros analisados nos clones do estudo mostraram que eles estão dentro da variação normal da carne e dos laticínios aprovados para o consumo humano", afirmou Yang.
Na análise entraram dois clones de um touro japonês conhecido pela qualidade de sua carne e dez vacas clonadas que a Universidade de Connecticut produziu, usando como matriz uma vaca de grande produção leiteira. Ao lado de colegas do Instituto Municipal de Reprodução Bovina de Kagoshima, no Japão, os pesquisadores americanos estudaram fatores como a presença de proteína, gordura, lactose e componentes sólidos no leite, bem como mais de cem componentes na carne.
Depois, os valores de cada fator foram comparados aos obtidos em animais parecidos com os clones e criados em condições similares, mas que nasceram de uma fecundação normal.
Carole Tucker Foreman, diretora do Instituto de Política Alimentar da Federação dos Consumidores Americanos, disse que os pesquisadores podem ter deixado de lado o estresse gerado em animais clonados. Segundo ela, animais estressados têm maior chance de abrigar microrganismos causadores de doenças, coisa que o estudo teria ignorado.


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