São Paulo, sexta-feira, 13 de agosto de 2004

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CÉREBRO

Estudo pode ajudar a entender doenças mentais

Terapia gênica transforma macaco preguiçoso em trabalhador dedicado

DA REUTERS

Macacos procrastinadores foram transformados em "workaholics" por um tratamento genético que bloqueia um composto-chave no cérebro, afirmam pesquisadores norte-americanos.
Impedindo determinadas células de receber dopamina (um mensageiro químico do cérebro), os cientistas conseguiram fazer com que os animais se dedicassem mais a determinadas tarefas e as desempenhassem melhor.
A equipe liderada por Barry Richmond, do Instituto Nacional de Saúde Mental, usou uma nova técnica para bloquear o gene D2. Segundo Richmond, esse gene traz a receita para a produção de uma molécula que funciona como porta de entrada da dopamina (molécula associada a recompensa) nos neurônios.
"O desligamento do gene transformou a ética símia do trabalho. Como muitos de nós, macacos normalmente se desanimam em trabalhar por um objetivo que está distante", disse o pesquisador.
Em seu estudo, publicado na revista "PNAS" (www.pnas.org), Richmond usou macacos resos, que tinham de puxar uma alavanca em resposta a projeções numa tela, ganhando uma gota d'água como recompensa pelos acertos.
"Eles trabalham com menos erros quando a recompensa se aproxima. Mas, sem o receptor de dopamina, ficaram consistentemente focados na tarefa, porque não podiam prever como seu trabalho iria recompensá-los", disse.
Compreender a biologia da relação entre trabalho e recompensa é importante, segundo o cientista, porque essa associação é perturbada em doenças mentais como a esquizofrenia.


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