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País é "cobaia", diz pesquisador
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um efeito colateral do aumento
dos testes clínicos pode ser a dificuldade em testar produtos nacionais, desenvolvidos por instituições públicas, porque elas não
são capazes de pagar as bolsas
oferecidas pelas multinacionais
-de até US$ 15 mil por cientista.
É o que afirma o bioquímico
Isaías Raw, presidente da Fundação Butantan. "Enfrentamos esse
problema para testar a vacina que
nós desenvolvemos para a hepatite B e outros medicamentos de
origem biológica", diz Raw.
"O Brasil não pode se fechar aos
testes, mas também não pode ser
usado como cobaia sem levar nada em troca", afirma o pesquisador. "Os dois lados têm de que ganhar com isso."
Outro problema, de acordo
com Volnei Garrafa, são as pressões para que os regulamentos de
segurança dos testes sejam menos
rígidos nos países do Terceiro
Mundo do que nos países desenvolvidos -o chamado "double
standard", ou padrão duplo. "Por
isso, precisamos fortalecer a Conep e as comissões regionais", diz
o bioeticista.
(RJL)
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