São Paulo, sexta-feira, 14 de dezembro de 2001
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ANTÁRTIDA Mesmo 90 anos após a conquista do pólo, tecnologia ainda é impotente contra variação das condições atmosféricas Tempo frio e instável castiga os viajantes
CLAUDIO ANGELO ENVIADO ESPECIAL À ANTÁRTIDA Mesmo 90 anos depois da conquista do pólo Sul por Roald Amundsen, frio e instabilidade do tempo na Antártida continuam a ser os maiores inimigos do viajante polar. As mudanças na pressão atmosférica e nos ventos, que ocorrem sem aviso, podem tornar incrivelmente complexas tarefas triviais. Telefonar, por exemplo. O mau tempo na região do estreito de Bransfield (entre as ilhas Shetland do Sul e a península Antártica) dificultou a transmissão das reportagens -em princípio diárias- para a Folha. O navio Ary Rongel, onde está embarcada a equipe do jornal, só tem telefonia por satélite e não dispõe de correio eletrônico on-line. Por isso, a tripulação costuma aproveitar as paradas do navio na Estação Antártica Comandante Ferraz para telefonar. Na última segunda-feira, o navio atracou na baía do Almirantado, onde fica a estação. O tempo pela manhã era bom, e o comando autorizou o desembarque para a base, onde há telefones comuns (da operadora Entel, do Chile). A idéia era tentar transmitir fotos. Menos de duas horas depois, o tempo virou. Um forte vento sul pegou a ilha Rei George em cheio, trazendo neve para a estação. O mar da baía começou a ficar agitado e, temendo uma piora nas condições meteorológicas, o comando deu ordem a todo o pessoal do navio para embarcar de volta. A ordem soou como uma sentença de prisão para os jornalistas e pesquisadores desacostumados com o mar, que acabavam de sentir o gosto de pisar num chão que não balança o tempo todo. Os jornalistas Claudio Angelo e Toni Pires viajam pela Antártida a convite da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar Próximo Texto: Conquista do pólo por Amundsen faz 90 anos Índice |
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