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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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Células-tronco são esperança para tratamentos

DA REDAÇÃO

As células-tronco embrionárias se tornaram uma grande esperança para a pesquisa biomédica porque, com sua capacidade de se diferenciar em centenas de outros tipos de célula do corpo, têm grande potencial -mais teórico, ainda, do que prático- para contribuir no tratamento de doenças degenerativas, como o mal de Parkinson.
O problema é que elas são tão promissoras quanto polêmicas. A reação a esse gênero de pesquisa decorre do fato de ele implicar a destruição de embriões humanos, para obtenção da massa de células da qual se derivam as linhagens de células-tronco embrionárias que podem ser cultivadas por longos períodos no laboratório e, como esperado, "reprogramar" o tecido doente.
A reação partiu sobretudo de grupos religiosos e outros setores sociais que, engajados na luta antiaborto, não aceitam a destruição dos embriões, sob o argumento de que já se trata de vidas.
Os cientistas, obviamente, discordam. Um dos argumentos mais usados é que há centenas, provavelmente milhares de embriões congelados nas clínicas de reprodução assistida. Acredita-se que eles nunca serão usados por seus "pais" (pois outros embriões produzidos na mesma leva já resultaram em gravidezes bem-sucedidas). Ajudar pesquisas que poderiam salvar vidas seria eticamente melhor do que mantê-los indefinidamente congelados (ou destruí-los, clandestinamente).
Para complicar o problema ético, a obtenção de células-tronco embrionárias faria mais sentido se acoplada com outra técnica polêmica, a clonagem. A idéia é produzir embriões clonados dos próprios portadores de doenças, pois as células-tronco obtidas após sua destruição carregariam o mesmo patrimônio genético do paciente e não causariam rejeição, quando transplantadas em seu corpo.
Essa produção de clones com finalidade curativa é chamada de clonagem terapêutica, para diferenciá-la da reprodutiva (criar embriões para desenvolvimento de um ser humano que nasceria com a mesma carga genética de seu "pai gêmeo"). Os pesquisadores querem que os tipos sejam tratados separadamente.


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