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Rastreamento mira soja e vê pasto ilegal na Amazônia
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao rastrear áreas desmatadas na Amazônia nos últimos
dois anos e nove meses, o monitoramento da moratória da soja
apontou a pecuária como o
principal forma de uso do solo
após a derrubada. Das 620
áreas de desmatamento recente pesquisadas, 12 (menos de
1% do total) contêm plantações
de soja, enquanto 203 (32%)
são ocupadas por pastagens.
A soma das áreas monitoradas equivale a pouco mais da cidade de São Paulo e, na maioria
delas, o monitoramento identificou áreas ainda não usadas na
produção agropecuária e algumas raras plantações de arroz.
Foram rastreadas áreas desmatadas desde julho de 2006 com
mais de 100 hectares em Mato
Grosso, Pará e Rondônia.
O pacote de medidas de combate ao desmatamento já previa punições para os frigoríficos
que comprassem gado de áreas
desmatadas ilegalmente, mas o
monitoramento divulgado ontem indica que essas medidas
não tiveram efeito. "A pecuária
está atrasada em relação à soja,
cuja moratória é um sucesso",
comentou o ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente) ao divulgar os dados, ontem.
O ministro disse defender
restrições ambientais no novo
pacote de ajuda financeira que
o governo estuda dar aos frigoríficos. Minc também diz buscar com eles um acordo semelhante ao promovido pela indústria da soja três anos atrás.
As duas entidades que representam 90% da indústria se
comprometeram a não comprar soja de áreas desmatadas
no bioma amazônia depois de
24 de julho de 2006.
A Associação Brasileira das
Indústrias Exportadoras de
Carne informou que não há nada definido em relação aderir a
uma moratória da carne. O presidente da Abiove (Associação
Brasileira das Indústrias de
Óleos Vegetais), Carlo Lovatelli, disse que não está definida
ainda uma prorrogação da moratória da soja: "Vamos esperar
até julho". Ele não soube informar como foi comercializada a
soja detectada numa extensão
de 1,4 mil hectares. "Não conseguimos cercar tudo, mas não
fomos nós que compramos."
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