São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2001

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PANORÂMICA

ASTRONOMIA

Divulgação
Mapa feito a partir de fotos de satélite mostra regiões afetadas pela poluição luminosa


Poluição luminosa impede que 10% dos seres humanos observem estrelas
Um em cada grupo de dez habitantes da Terra é incapaz de observar as estrelas. O motivo é paradoxal: excesso de luz. A constatação vem de um trio da Universidade de Pádua, Itália, e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (Noaa, em inglês).
Eles acabaram de produzir o primeiro atlas mundial referente ao brilho do céu noturno causado por luzes artificiais. As conclusões, publicadas em este mês na revista mensal da Royal Astronomical Society (www. ras.org.uk), têm por base imagens de satélite feitas em 1996.
As fotos de satélite foram correlacionadas com dados populacionais globais, fornecidos pelo Departamento de Energia dos EUA, para aferir a quantidade de pessoas prejudicadas pela "poluição luminosa", causada quando a luz dos centros urbanos se espalha pela atmosfera, ofuscando a luz das estrelas.
A motivação para o trabalho está longe de ser mera curiosidade. "O atlas foi inspirado pela preocupação, tanto de astrônomos amadores como de profissionais, com a degradação das condições visíveis em seus quintais e nos grandes observatórios astronômicos", diz Christopher Elvidge, da Noaa, o autor principal do estudo.
As grandes regiões afetadas são os EUA e a Europa. Dois terços da população norte-americana não conseguem visualizar a faixa da Via Láctea e só 60% deles conseguem ver estrelas.
Entre os europeus, metade é incapaz de ver a Via Láctea, e um em cada seis não consegue ver nada fora do Sistema Solar.
No Brasil, a visibilidade é ruim nos grandes centros, sobretudo São Paulo e Rio de Janeiro, mas possui grande parte do território livre da poluição luminosa. "O Brasil ainda tem grandes faixas de terreno com baixos níveis de brilho artificial do céu, cobrindo essencialmente toda a Amazônia Legal", diz Elvidge.
Ele conta que o trabalho não se esgotou e pode vir a servir de guia para a avaliação de medidas que tenham impacto no "apagão celeste". "Planejamos produzir atualizações do atlas e procurar mudanças no brilho artificial do céu que possam estar ligadas a avanços em tecnologia de iluminação e a políticas criadas para reduzir o brilho artificial." (SALVADOR NOGUEIRA, DA REPORTAGEM LOCAL)


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