Mike Hutchings/Reuters

Baleia-jubarte salta na costa da África do Sul, por onde elas passam com frequência quando estão em rota de migração

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

O pai do Nemo não fez nada tão excepcional assim: uma baleia-jubarte nadou quase 10 mil km, partindo do Brasil. Um recorde em comparação aos 4.000 km comuns nas viagens de indivíduos da sua espécie.
A aventura da fêmea acabou em Madagascar. Ela foi vista por cientistas em Abrolhos, na Bahia, em 1999. Em 2001, um turista na África pôs uma foto dela no Flickr.
Os cientistas sempre procuram por fotos de baleias. Fazem isso para comparar com imagens catalogadas, e achar padrões de migração.
"Cada baleia tem um padrão de pigmentação", diz Mariana Neves, do Instituto Baleia Jubarte. Recentemente, os pesquisadores perceberam que se tratava da mesma baleia nos dois lugares, e publicaram um trabalho sobre isso na "Biology Letters".
Não se sabe bem qual foi a motivação da baleia, nem se ela viajou sozinha. Especula-se que ela teria se perdido, ou que estaria procurando um parceiro para acasalar.
Cada história de baleia empolga os cientistas, conta Neves. "Algumas acabam vindo várias vezes, a gente acaba se apegando, elas ganham até apelidos. Tem, por exemplo, o Chifre, que é um macho que, quando fica parado na água, parecer ter um. E tem o Roberto Carlos, que gosta muito de cantar."


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