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Censo do mar revela tipos que habitam os dois polos
Associated Press
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Espécie marinha Clione limacina, observada nos dois polos
DA REUTERS
Pesquisadores do Censo de
Vida Marinha, projeto internacional que tem o objetivo de
mapear os oceanos do mundo,
descobriram pelo menos 235
espécies idênticas nos mares
ártico e antártico.
Até agora, o clima tropical
quente tem sido visto como
uma barreira que mantém os
ursos polares do Ártico separados dos pinguins na Antártida.
Sabia-se apenas de algumas
criaturas que habitam ambas as
regiões polares, como a baleia-cinzenta, de longa migração.
Mas ao menos 235 espécies
vivem em ambos os mares polares, apesar de haver 11.000
km de distância entre eles, afirma o grupo. Entre as espécies
que habitam os dois polos de
água fria estão, além da baleia-cinzenta, vermes, crustáceos e
pepinos-do-mar, entre outros.
Eles fazem parte de uma soma de 7.500 animais antárticos
e 5.500 animais árticos conhecidos até hoje, de um total global de estimado em até 250.000
espécies marinhas.
"O Ártico e a Antártida são
muito mais parecidos do que
pensávamos", afirmou o pesquisador Ron O'Dor, que trabalha no censo. Estudos genéticos
estão sendo feitos para ter certeza absoluta de que as espécies
são realmente idênticas.
Origem das espécies
O resultado levanta questões
sobre onde as espécies polares
comuns se originaram e como
elas acabaram em ambas as extremidades da Terra.
Entre as teorias, há uma de
que as larvas de algumas espécies poderiam ser arrastadas
para o norte, a partir da Antártida, por correntes frias ao longo do fundo do oceano Atlântico -afastadas de águas quentes
superficiais nos trópicos que
iriam matá-las.
"Os animais podem ser dispersos por essas longas distâncias no mar profundo", afirmou
Julian Gutt, do Instituto Alfred
Wegener de Pesquisa Polar e
Marinha (Alemanha). "O mais
provável é a direção a partir da
Antártida", afirmou.
Ele disse, porém, que não se
sabe de nenhum encontro de
espécie "amante de frio" nas
profundezas perto da linha do
equador para apoiar a teoria.
Entre as descobertas, os pesquisadores afirmam que espécies de pequenos crustáceos estão substituindo alguns maiores, que alimentam baleias e
aves, em algumas águas do Ártico. Isso pode estar relacionado
ao aquecimento global.
A alteração nestas poucas espécies podem impactar toda a
cadeia alimentar.
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