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AMBIENTE
Carvalho quer ação de ricos
Biodiversidade é trunfo na Rio +10, diz ministro
REINALDO JOSÉ LOPES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O ministro do Meio Ambiente,
José Carlos Carvalho, afirmou ontem em São Paulo que a biodiversidade deve ser o principal trunfo
do Brasil na Rio +10, conferência
das Nações Unidas sobre meio
ambiente e desenvolvimento sustentável que será iniciada no final
de agosto em Johannesburgo, na
África do Sul.
Carvalho participou do Fórum
de Ministros de Meio Ambiente
da América Latina e Caribe, que
acontece no Memorial da América Latina até amanhã. Ele afirmou
que os países latino-americanos
têm hoje maior poder de barganha para cobrar os compromissos assumidos pelas nações industrializadas durante a Eco-92.
"Temos dois terços da floresta
tropical do mundo, a maior biodiversidade e a maior reserva de
água doce do planeta", afirmou.
Para o ministro, a cooperação entre a América Latina e as demais
nações com importância geopolítica do Terceiro Mundo, como
China e Índia, fortaleceu o bloco.
"A Agenda 21 [carta de intenções da Eco-92" estabeleceu que
os países ricos deveriam investir
0,7% de seu PIB em programas de
desenvolvimento sustentável nos
países pobres. Dez anos depois,
esse montante é de apenas 0,2%,
metade do que era em 1992", afirmou o ministro.
De acordo com Carvalho, o Brasil conseguiu o apoio da Venezuela para a chamada iniciativa energética brasileira, que propõe a
substituição de 10% das fontes de
energia tradicionais (como carvão mineral e petróleo) por energias renováveis até 2010.
A proposta deve ser apresentada durante a Rio +10, mas temia-se que a Venezuela, atual dirigente do G-77 (grupo dos países subdesenvolvidos) e grande produtora de petróleo, a vetasse.
O ministro se mostrou otimista
sobre a criação de um santuário
de baleias no Atlântico Sul, proposta que será levada pelo Brasil à
reunião da Comissão Internacional da Baleia em Shimonoseki, no
Japão, no dia 20 deste mês.
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