São Paulo, sexta-feira, 16 de novembro de 2007

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BIOLOGIA EXPERIMENTAL

Robôs conseguem controlar comportamento de baratas

DA REDAÇÃO

Um experimento inusitado que misturou robôs e baratas conseguiu provar que é possível manipular o comportamento desses insetos interferindo em sua interação social. Em um estudo publicado na edição de hoje da revista "Science", o grupo do biólogo José Halloy, da Universidade Livre de Bruxelas, mostra como conseguiu mudar a preferência das baratas por lugares escuros usando autômatos do tamanho de caixas de fósforo.
Os robôs usados no experimento foram banhados com feromônios do inseto para serem aceitos na comunidade que era criada em uma caixa de um metro de diâmetro. No local foram construídos dois abrigos, um mais escuro do que o outro.
Normalmente, as baratas acabavam escolhendo o abrigo mais escuro para permanecer, mas isso só ocorria após o grupo interagir entre si. Observando o padrão de interação, os cientistas conseguiram construir os robôs com a preferência de luminosidade igual à dos insetos.
Quando os autômatos foram reprogramados para preferir o abrigo mais claro, porém, as outras baratas acabaram convencidas de que aquele lugar era melhor, em 60% das vezes em que o experimento foi repetido.
"Esses resultados demonstram a possibilidade de de usar dispositivos autônomos inteligentes para estudar e controlar padrões comportamentais auto-organizados observados em animais que vivem em grupo", escreveram os cientistas.
O sucesso do experimento, em princípio, tem importância apenas para a ciência básica que tenta entender grupos de animais sociais. Cientistas como Daniela Rus, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), porém, acreditam que esse conhecimento possa ser usado para criar robôs que ajudem a controlar pestes ou a cuidar de rebanhos.


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