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BIOLOGIA EXPERIMENTAL
Robôs conseguem controlar comportamento de baratas
DA REDAÇÃO
Um experimento inusitado que misturou robôs e baratas conseguiu provar que é
possível manipular o comportamento desses insetos
interferindo em sua interação social. Em um estudo publicado na edição de hoje da
revista "Science", o grupo do
biólogo José Halloy, da Universidade Livre de Bruxelas,
mostra como conseguiu mudar a preferência das baratas
por lugares escuros usando
autômatos do tamanho de
caixas de fósforo.
Os robôs usados no experimento foram banhados com
feromônios do inseto para
serem aceitos na comunidade que era criada em uma
caixa de um metro de diâmetro. No local foram construídos dois abrigos, um mais escuro do que o outro.
Normalmente, as baratas
acabavam escolhendo o abrigo mais escuro para permanecer, mas isso só ocorria
após o grupo interagir entre
si. Observando o padrão de
interação, os cientistas conseguiram construir os robôs
com a preferência de luminosidade igual à dos insetos.
Quando os autômatos foram reprogramados para
preferir o abrigo mais claro,
porém, as outras baratas acabaram convencidas de que
aquele lugar era melhor, em
60% das vezes em que o experimento foi repetido.
"Esses resultados demonstram a possibilidade de
de usar dispositivos autônomos inteligentes para estudar e controlar padrões comportamentais auto-organizados observados em animais que vivem em grupo",
escreveram os cientistas.
O sucesso do experimento,
em princípio, tem importância apenas para a ciência básica que tenta entender grupos de animais sociais. Cientistas como Daniela Rus, do
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), porém, acreditam que esse conhecimento possa ser usado
para criar robôs que ajudem
a controlar pestes ou a cuidar
de rebanhos.
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