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BIOLOGIA
Equipe estudou Toxoplasma
Reprodução sem sexo faz sucesso de parasita
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A reprodução por meio de sexo
é considerada a forma mais vantajosa de propagar uma espécie.
Mas para um certo parasita, o Toxoplasma gondii, foi a capacidade
de infectar organismos por ingestão e então usar o velho método
de duplicação por divisão celular
que levou ao sucesso evolutivo.
E mais: esse sucesso é recente.
As mudanças que aconteceram
em seu genoma emergiram há
apenas 10 mil anos -um piscar
de olhos para o ritmo da evolução
biológica. "Nossa descoberta levanta a possibilidade de que outros parasitas possam mudar seu
modo de vida do mesmo jeito e
então apresentar novas ameaças
de infecção", diz David Sibley,
principal autor da pesquisa, publicada hoje na "Science".
Pelo método de reprodução sexuada, o T. gondii só consegue
vingar quando é ingerido por felinos. Ele procria no intestino do
gato e é liberado pelas fezes, para
então contaminar outros animais. Quando o hospedeiro não é
um felino, o parasita só se reproduz assexuadamente. E, até 10 mil
anos atrás, era incapaz de contaminar um desses bichos pela ingestão. Algumas poucas mudanças genéticas deram ao T. gondii
essa versatilidade, abrindo as portas para usar praticamente todos
os animais de sangue quente como vetores -inclusive o homem.
Estima-se que até 25% da população humana esteja contaminada. Mas só grávidas e pessoas com
sistema imunológico deficiente
adoecem. A infecção pode levar à
cegueira e à morte dos fetos.
A descoberta do mecanismo
que permite a infecção pode ajudar a eliminar o T. gondii da lista
de parasitas do homem. "Estamos usando várias técnicas genéticas para identificar os genes que
são responsáveis pela infecciosidade oral. Eles poderiam ser bons
candidatos para vacinas ou outras
estratégias de intervenção."
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