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BIODIVERSIDADE
PF prende nove suspeitos de extração ilegal de corais
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A Polícia Federal prendeu
ontem pelo menos nove pessoas suspeitas de envolvimento em extração, comércio e exportação ilegais de
fragmentos de recifes de coral brasileiros. As peças coletadas abasteciam o mercado
nacional e internacional de
ornamentação de aquários.
Na operação, batizada de
Náutilus, também foram
apreendidos 750 kg de blocos de corais em um depósito, na praia de Maria Farinha
(PE). Os fragmentos foram
devolvidos ao mar.
A ação envolveu cerca de
400 policiais em 11 Estados e
no DF. Também foram realizadas buscas em empresas
importadoras da Europa.
Segundo a PF, os corais
eram coletados por mergulhadores, principalmente no
litoral da Bahia e de Pernambuco. As peças eram enviadas para 23 empresas de oito
Estados. A exportação se
concentrava no Rio de Janeiro e em São Paulo e se destinava a comerciantes da Argentina, Canadá, Reino Unido, França, Holanda, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Itália, Grécia e Áustria. Ainda de
acordo com a PF, os fragmentos eram repassados de
Alemanha, Holanda e Dinamarca a outros países.
As investigações indicam
que 36 toneladas de corais
foram extraídas no ano passado. Desse total, 20 toneladas teriam sido exportadas.
O comércio ilegal do produto
vinha crescendo e, neste ano,
a estimativa de coleta era de
até 90 toneladas no Brasil.
Para burlar a fiscalização,
os exportadores declaravam
que a carga era de algas calcárias. A constância da atividade e as grandes quantidades
vendidas, entretanto, chamaram a atenção do fisco.
No ano passado, uma remessa de uma tonelada foi
submetida a exames. Os testes constataram que apenas
5% da carga era de algas.
Dos nove presos ontem,
quatro são empresários e
cinco, mergulhadores. A exploração dos recifes é crime
ambiental. A punição chega a
três anos de detenção.
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