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CÉREBRO
Gene determina se cheiro de suor de homem é agradável
DA REUTERS
Quando o assunto é o cheiro de um homem, a fragrância -ou fedor- está no nariz
de quem cheira, afirmam
cientistas dos EUA. Eles sugerem que um único gene
pode determinar a percepção que cada indivíduo tem
de odores corporais.
O estudo, que publicado
on-line ontem na revista
científica "Nature", ajuda a
explicar por que o mesmo
homem suado pode ter cheiro de baunilha para alguns e
de urina para outros -e não
ter cheiro algum para um
terço dos adultos.
"Esta é a primeira vez que
um receptor ["fechadura"
química celular] de odores
humano é associado com a
maneira pela qual nós percebemos os cheiros", disse Hiroaki Matsunami, da Universidade Duke. Ele e colegas da
Duke e da Universidade Rockefeller, em Nova York, centraram o foco do estudo na
androstenona, uma molécula criada quando o corpo
quebra o hormônio masculino testosterona.
A androstenona ocorre no
suor de homens e mulheres,
mas é mais concentrada no
dos homens. A percepção de
seu cheiro parece estar ligada a variações no gene que
codifica o receptor OR7D4.
"É sabido que as pessoas
têm diferentes percepções
da androstenona. Mas não se
sabia qual era a base disso",
afirmou Matsunami.
Para descobrir, os cientistas testaram moléculas presentes no suor em diversos
receptores de cheiro usados
pelas células do nariz.
Descobriram que o receptor OR7D4 reagia fortemente com a androstenona. Em
seguida, partiram para testar
se variações naquele gene tinham alguma influência sobre como as pessoas percebiam o cheiro da androstenona no suor masculino.
Eles coletaram amostras
de sangue e analisaram o
DNA de 400 pessoas que haviam participado de um teste
de percepção de cheiros no
laboratório de Leslie Vosshall, na Rockefeller.
Descobriram que são variações discretas no gene que
determinam se a androstenona terá para o indivíduo
um cheiro pungente de urina, um cheiro doce, parecido
com o de baunilha, ou se simplesmente não será notada.
O papel da androstenona
em humanos ainda não é
bem compreendido, mas em
porcos ela é um sinalizador
sexual poderoso.
"Há evidências de que essa
substância possa modificar o
humor ou níveis hormonais
em humanos", disse Matsunami. "Mas não sabemos se o
receptor que descobrimos
participa do processo."
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