SOFIA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Criadores de gado em Fernando de Noronha (PE) receberam nesta semana notificação do ICMBio (Instituto Chico Mendes) para se desfazerem de seus animais até domingo.
Os cerca de 500 animais seriam transferidos para Recife de navio no dia 27, mas a viagem foi embargada pela Justiça. O juiz da 10ª Vara Federal de Pernambuco, Flávio Lima, concedeu liminar ontem impedindo a remoção.
O governo recorreu, alegando que a pecuária causa danos ambientais. Sondagens do ICMBio mostram que há 180 bovinos e 339 caprinos na ilha, que vivem soltos, comem espécies nativas e destroem ninhos de tartarugas.
Para o juiz, a decisão do instituto não é respaldada em "sérios" estudos de impacto. Ele também diz que o governo está contrariando o direito à propriedade dos criadores.
Fernando de Noronha tem 16 hectares reservados para a agropecuária. Os criadores reclamam que a área é muito pequena. O aposentado Francisco Paulo de Oliveira, 69, cria 30 carneiros e defende a pecuária como alternativa para o alto custo de vida na ilha. "O bujão de gás custa aqui R$ 70. Carne, arroz, é tudo caro."


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