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Seca no AM revela gravuras milenares
Nível da água na área do encontro entre Negro e Solimões trouxe à tona imagens que podem ter 5.000 anos
Achado indicaria que a
região foi ocupada de
modo contínuo desde
esse período, afirma
arqueólogo da USP
KÁTIA BRASIL
DE MANAUS
A seca recorde na bacia
central do Amazonas permitiu a descoberta de gravuras
rupestres de rostos, feitas em
baixo relevo, em rochas que
estavam submersas,
O conjunto de rochas fica
na margem esquerda do encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em Manaus.
Arqueólogos e geólogos
dizem que as gravuras podem ter sido feitas há 5.000
anos por populações indígenas que habitavam a região.
Seis pescadores descobriram as gravuras em 25 de outubro, segundo o engenheiro
florestal Akira Tanaka, subgerente do Cepeam (Centro
de Projetos e Estudos Ambientais do Amazonas).
Um dia antes, o Negro havia atingido o nível de 13,63
m, o mais baixo desde 1902.
"São mais de dez carinhas
desenhadas nas pedras",
disse o engenheiro, que fotografou as gravuras.
Eduardo Góes Neves, arqueólogo da USP que desde
os anos 1990 faz pesquisas
na Amazônia, analisou as fotos. "Não sabemos o significado das "caretas". Mas suspeitamos que tenham sido
feitas numa época em que
chovia menos na Amazônia", disse Neves.
Já existe um sítio arqueológico na área. Em 2001, Neves
retirou de lá uma urna funerária de 1.200 anos -até então, o artefato mais antigo no
encontro das águas.
A comprovação de que as
gravuras são mais antigas do
que a urna funerária atestaria que existiu uma ocupação
contínua naquela região.
De acordo com Neves, gravuras de "caretas" também
foram achadas em rochas
que ficam submersas nas
margens dos rios Urubu (AM)
e Trombetas (PA), mas os desenhos têm padrão diferente
dos encontrados em Manaus.
O arqueólogo defende que
seja feito um estudo subaquático sobre as obras.
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