DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro do Canadá, Jean Chrétien, ratificou ontem o Protocolo de Kyoto, acordo internacional para combate aos gases do efeito estufa (aprisionamento do calor da Terra na atmosfera por uma capa de gases).
O ato assegura o legado ambiental do premiê, muda a maneira como os canadenses usarão a energia e isola ainda mais os EUA em sua rejeição ao tratado.
A ratificação veio após meses de debate acirrado, que dividiu o país. Setores da indústria e províncias produtoras de petróleo, como Alberta, se opõem ao protocolo -pelo qual as nações industrializadas devem limitar suas emissões de gases que causam o efeito estufa, em especial o CO2, produto da queima de combustíveis fósseis- por razões econômicas: o país terá de rever sua política energética e poderia perder competitividade diante dos EUA.
O Canadá chegou a anunciar que não ratificaria o acordo, mas Chrétien voltou atrás em setembro, durante a Rio +10. Na semana passada, o Parlamento canadense aprovou a ratificação.
Para que o protocolo entre em vigor, é preciso que ele seja ratificado (transformado em lei) por pelo menos 55 países, que somem 55% das emissões do mundo industrializado. Com a adesão do Canadá, já são 97 países nessa lista. Mas, até agora, eles só somam 40,07% das emissões -o Canadá responde por 3,3% das descargas.
O quadro de ratificação só estará completo quando a Rússia (17,4% das emissões dos países industrializados) o fizer, o que deve acontecer entre o fim deste ano e o começo de 2003.