São Paulo, sábado, 18 de junho de 2011

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Para Ban, desmate na Amazônia é um problema global

Durante visita ao Brasil, secretário-geral da ONU afirma que o mundo inteiro está observando a manutenção das florestas brasileiras

DE BRASÍLIA

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ontem em Brasília, no encerramento da sua viagem pela América do Sul, que o desmatamento na Amazônia envolve toda a comunidade internacional.
"Não se trata de um assunto que afete somente o Brasil, mas afeta o mundo inteiro", disse em entrevista coletiva que ofereceu pouco antes de retornar a Nova York, onde fica a sede das Nações Unidas.
O secretário explicou que a forma como Brasil lida com os processos de desenvolvimento nessa região e com a manutenção das florestas é observada por todo o mundo.
O secretário-geral e candidato à reeleição no cargo disse que o assunto foi pauta na entrevista que teve ontem com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Ele também afirmou estar convencido de que a proteção da Amazônia será um dos assuntos centrais da Rio+20, conferência que marca os 20 anos da ECO-92. O evento será realizado no início do próximo ano, no Rio de Janeiro.
Segundo Ban, Rio+20 será "o evento mais importante das Nações Unidas em 2012".

CÓDIGO FLORESTAL
No mesmo dia em que o secretário-geral da ONU afirmou que o desmate é um "problema global", a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) afirmou que irá incentivar um abaixo-assinado contra o texto do Código Florestal, que está tramitando no Senado.
Os bispos criticam a mudança nas regras para as APPs (Áreas de Preservação Permanente) e a anistia aos desmatamentos antigos.
"Não é possível que todo esse desmatamento seja esquecido", disse dom Leonardo Steiner, secretário-geral da CNBB e prelado de São Félix do Araguaia (MT).
A ideia da CNBB se baseia na campanha popular pela aprovação da lei da Ficha Limpa, sancionada em 2010.
A lei veta a candidatura de políticos condenados por mais de um juiz. Parte do 1,6 milhão de assinaturas foi captada em paróquias. Outro documento contra o novo código foi divulgado nesta semana pelo biólogo Carlos Roberto Fonseca, da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).
Ele reuniu 261 assinaturas de cientistas de 40 países em um encontro de biologia tropical na Tanzânia.
"Pesquisadores de todo o mundo estão preocupados com a lei", diz Fonseca.

Colaboraram FLÁVIA FOREQUE, LARISSA GUIMARÃES e SABINE RIGHETTI


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