São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

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Fuga de cérebros tem via na contramão

Fluxo de pesquisadores é maior de dentro para fora do Brasil, mas alguns optaram pela trajetória oposta

Fator afetivo mantém cientistas estrangeiros de vanguarda no país; eles criticam burocracia para trabalhar na área

Rodrigo Capote/Folhapress
Nathan Berkovitz, físico americano, exibe cálculos em sua sala no Instituto de Física Teórica da Unesp, em São Paulo

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Após carreira de sucesso em um país com tradição acadêmica, um cientista se muda para o Brasil e se torna referência na sua área. Essa trajetória, que pode parecer incomum, é compartilhada por alguns pesquisadores.
Para saber o que trouxe alguns desses cientistas ao país -tradicional exportador de cérebros- a Folha conversou com quatro deles e ouviu suas impressões sobre a ciência nacional.
Se o escritor britânico G. K. Chesterton estava certo ao dizer que é impossível conhecer uma catedral observando-a apenas de dentro, eles estão em posição invejável para comparar a pesquisa brasileira com a estrangeira.
Todos se dizem realizados e otimistas por fazer parte de um período de desenvolvimento acelerado da ciência nacional. Entre os pontos negativos, destacam a burocracia excessiva no país e a falta de valorização do mérito, além do ensino básico ruim.
Não se sabe quantos são os cientistas de vanguarda estrangeiros no país. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não tem estatística sobre a nacionalidade de seus pesquisadores, mas diz que o número é "irrisório".
O grupo ouvido pela Folha é heterogêneo -vai de um neurocientista argentino a um físico chinês. Em comum, a competência: todos são bolsistas de produtividade do CNPq, uma espécie de marca da elite acadêmica.
Leia abaixo e à direita as impressões de alguns deles.


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