São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2011

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Diretor é 'pai' de sistema que vigia desmate

Sebastien Nogier/France Presse
ACHADO A paleontóloga Marie-Antoinette de Lumley limpa osso de Homo erectus de 170 mil anos, na Riviera francesa; descoberta mostra que espécie viveu mais do que se imaginava

DE BRASÍLIA

Cearense radicado em São Paulo, engenheiro formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e com doutorado em computação pelo próprio Inpe, Gilberto Câmara, 55, é um dos pais do programa Deter, que detecta o desmatamento na Amazônia em tempo real e facilita ações de fiscalização.
Ele é também o segundo diretor que sai do instituto após choques com a Agência Espacial Brasileira. Seu antecessor, Luiz Carlos Miranda, pediu demissão quando a agência passou a concentrar todo o orçamento do programa espacial, em 2005.
Câmara, filiado ao PT, foi escolhido por um comitê de busca e confirmado por Eduardo Campos (PSB).
Sua gestão foi marcada por polêmicas. Decidiu concentrar os esforços do instituto na área ambiental e em satélites de observação da Terra, como o Cbers (em parceria com a China), que ajuda a monitorar o desmatamento.
Isso firmou o Brasil como referência em monitoramento de desmate, com distribuição gratuita de imagens e instalação de estações receptoras dos dados obtidos pelo Cbers na África.
Mas, ao mesmo tempo, o monitoramento desidratou a área de astronomia do Inpe.
Em 2008, juntamente com Marina Silva, Câmara comprou uma briga pública com o então governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.
Naquele ano, dados do Deter mostravam uma explosão no desmatamento na região.
Maggi negou o aumento do desmatamento e levou a queixa ao presidente Lula, que mandou o Inpe checar novamente os dados.
"O dado foi checado, rechecado e 'trechecado'", rebateu Câmara à época.
O ministro Aloizio Mercadante declarou que o diretor continuará colaborando com o ministério. Marco Antonio Raupp estava em trânsito entre o Brasil e a China, onde tem reuniões do programa Cbers -juntamente com Câmara. (CA)


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