São Paulo, terça-feira, 18 de outubro de 2005

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SAÚDE PÚBLICA

Medicina moderna pode fazer a diferença

Doença de ave não será nova gripe espanhola, afirma pesquisador

REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo o cientista que recriou recentemente o vírus da gripe espanhola, responsável por dezenas de milhões de mortes em 1918, não se pode esperar a mesma carnificina caso o causador da atual gripe aviária "aprenda" a saltar de pessoa para pessoa com facilidade -coisa que ainda não ocorreu.
"Quando examinamos as células dos pulmões dos indivíduos que morreram em 1918, vemos que a maioria deles morreu de uma infecção secundária, causada por bactérias", conta Terrence Tumpey, dos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos). Os antibióticos e os cuidados médicos de hoje ajudariam a impedir que isso acontecesse hoje, diz ele.
Mas, para o pesquisador, cujo trabalho sobre o vírus "reconstruído" foi publicado há duas semanas, isso não é motivo para relaxar. "Os dados históricos nos mostram que vírus pandêmicos [com potencial para afetar o mundo todo] realmente emergem a cada 30 anos. A maioria dos especialistas em gripe sentem que uma pandemia inevitável, embora não seja possível prever quando ela vai acontecer."
A semelhança entre o vírus da gripe espanhola e a cepa H5N1, causadora do atual surto da doença entre aves da Europa e da Ásia, é impressionante, e sugere que foram necessárias mudanças relativamente pequenas para que um vírus aviário como o de 1918 passasse a infectar humanos.
No entanto, segundo Tumpey, "neste momento nós ainda não sabemos que mutações são necessárias para que o H5N1 se torne transmissível entre pessoas".


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