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SAÚDE PÚBLICA
Medicina moderna pode fazer a diferença
Doença de ave não será nova gripe espanhola, afirma pesquisador
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
Segundo o cientista que recriou
recentemente o vírus da gripe espanhola, responsável por dezenas
de milhões de mortes em 1918,
não se pode esperar a mesma carnificina caso o causador da atual
gripe aviária "aprenda" a saltar de
pessoa para pessoa com facilidade
-coisa que ainda não ocorreu.
"Quando examinamos as células dos pulmões dos indivíduos
que morreram em 1918, vemos
que a maioria deles morreu de
uma infecção secundária, causada
por bactérias", conta Terrence
Tumpey, dos CDC (Centros de
Controle e Prevenção de Doenças
dos Estados Unidos). Os antibióticos e os cuidados médicos de
hoje ajudariam a impedir que isso
acontecesse hoje, diz ele.
Mas, para o pesquisador, cujo
trabalho sobre o vírus "reconstruído" foi publicado há duas semanas, isso não é motivo para relaxar. "Os dados históricos nos
mostram que vírus pandêmicos
[com potencial para afetar o
mundo todo] realmente emergem a cada 30 anos. A maioria dos
especialistas em gripe sentem que
uma pandemia inevitável, embora não seja possível prever quando ela vai acontecer."
A semelhança entre o vírus da
gripe espanhola e a cepa H5N1,
causadora do atual surto da doença entre aves da Europa e da Ásia,
é impressionante, e sugere que foram necessárias mudanças relativamente pequenas para que um
vírus aviário como o de 1918 passasse a infectar humanos.
No entanto, segundo Tumpey,
"neste momento nós ainda não
sabemos que mutações são necessárias para que o H5N1 se torne
transmissível entre pessoas".
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