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POLÍTICA CIENTÍFICA
No encerramento do encontro, Amaral diz que governo atual gasta mais em ciência do que o de FHC
Ministro rebate críticas "injustas" da SBPC
ANTÔNIO GOIS
RAFAEL CARIELLO
ENVIADOS ESPECIAIS A RECIFE
O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, se defendeu das críticas feitas pelo presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência),
Ennio Candotti, no último dia da
55ª reunião anual da entidade.
"Estão confundindo mudança
com desmantelamento. Muitos
dos que nos cobram porque estamos mudando cobram o presidente Lula por não estar mudando. Esse governo não é uma simples troca de retratos de presidentes. É uma troca de visão de mundos. Eu tinha que fazer mudanças,
pensei que não tivesse que explicá-las", afirmou Amaral.
Na quarta-feira, em entrevista à
Folha, Candotti disse que via uma
"dificuldade [por parte do ministério] de dar continuidade àquilo
que já havia sido feito com a participação da comunidade científica" e que ao "querer mudar muito
corremos o risco de desarrumar
aquilo que foi feito e não criar nada de novo".
O presidente da SBPC, que estava ao lado de Amaral ontem na
sua palestra, também havia dito à
Folha que o ministério estava "levando gol a toda hora", citando o
exemplo da discussão sobre os
fundos setoriais (recursos destinados à pesquisa), que, por um
momento, foi cogitado de serem
transferidos do MCT (Ministério
da Ciência e Tecnologia) para outros ministérios.
Ao lado de Candotti e olhando
para ele, Amaral discordou: "Não
posso concordar que eu tenha levado gols. O gol foi meu, pois consegui assegurar por três vezes que
os recursos dos fundos setoriais
continuassem no MCT". O ministro ainda afirmou que o atual ministério estava conseguindo trabalhar de forma integrada com os
demais ministérios, outro pedido
do presidente da SBPC.
Afirmou também que, apesar
do contingenciamento de verbas,
o atual governo estava gastando
mais em ciência e tecnologia do
que o anterior, apesar da demanda por mais recursos que existe
em todos os ministérios. "É evidente que há embates no governo.
A tragédia do nosso país é de tal
ordem que tudo é prioridade."
Ele terminou sua fala pedindo
que a comunidade científica colabore com o ministério.
"Estamos abertos a críticas,
mesmo que sejam injustas. Mas
eu peço também o apoio da comunidade científica e afirmo que
o ministério sempre estará aberto
ao diálogo", afirmou.
A direção da SBPC informou
ontem que o total de inscritos na
reunião foi de 14.729, o maior de
todas as reuniões. A próxima reunião acontecerá no ano que vem,
em Cuiabá (MT).
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