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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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POLÍTICA CIENTÍFICA

No encerramento do encontro, Amaral diz que governo atual gasta mais em ciência do que o de FHC

Ministro rebate críticas "injustas" da SBPC

ANTÔNIO GOIS
RAFAEL CARIELLO
ENVIADOS ESPECIAIS A RECIFE

O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, se defendeu das críticas feitas pelo presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), Ennio Candotti, no último dia da 55ª reunião anual da entidade.
"Estão confundindo mudança com desmantelamento. Muitos dos que nos cobram porque estamos mudando cobram o presidente Lula por não estar mudando. Esse governo não é uma simples troca de retratos de presidentes. É uma troca de visão de mundos. Eu tinha que fazer mudanças, pensei que não tivesse que explicá-las", afirmou Amaral.
Na quarta-feira, em entrevista à Folha, Candotti disse que via uma "dificuldade [por parte do ministério] de dar continuidade àquilo que já havia sido feito com a participação da comunidade científica" e que ao "querer mudar muito corremos o risco de desarrumar aquilo que foi feito e não criar nada de novo".
O presidente da SBPC, que estava ao lado de Amaral ontem na sua palestra, também havia dito à Folha que o ministério estava "levando gol a toda hora", citando o exemplo da discussão sobre os fundos setoriais (recursos destinados à pesquisa), que, por um momento, foi cogitado de serem transferidos do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) para outros ministérios.
Ao lado de Candotti e olhando para ele, Amaral discordou: "Não posso concordar que eu tenha levado gols. O gol foi meu, pois consegui assegurar por três vezes que os recursos dos fundos setoriais continuassem no MCT". O ministro ainda afirmou que o atual ministério estava conseguindo trabalhar de forma integrada com os demais ministérios, outro pedido do presidente da SBPC.
Afirmou também que, apesar do contingenciamento de verbas, o atual governo estava gastando mais em ciência e tecnologia do que o anterior, apesar da demanda por mais recursos que existe em todos os ministérios. "É evidente que há embates no governo. A tragédia do nosso país é de tal ordem que tudo é prioridade."
Ele terminou sua fala pedindo que a comunidade científica colabore com o ministério.
"Estamos abertos a críticas, mesmo que sejam injustas. Mas eu peço também o apoio da comunidade científica e afirmo que o ministério sempre estará aberto ao diálogo", afirmou.
A direção da SBPC informou ontem que o total de inscritos na reunião foi de 14.729, o maior de todas as reuniões. A próxima reunião acontecerá no ano que vem, em Cuiabá (MT).


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