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OUTRO LADO
Prefeitura não tem dinheiro e critica empresa
DA SUCURSAL DO RIO
Responsável pela criação
do Parque Paleontológico, a
Prefeitura de Itaboraí informou que não investe no local por dificuldades financeiras. "Não temos recursos", afirmou à Folha o subsecretário municipal de
Meio Ambiente do município, Heleno de Jesus.
Segundo ele, o município é
"muito pobre". Com uma
população de cerca de 214
mil habitantes, Itaboraí têm
90% das ruas sem pavimentação, apenas 20% da população tem esgoto canalizado
e só quase a metade possui
água encanada.
De acordo com Jesus, a arrecadação do município em
ICMS e ISS é pequena. A população triplicou nos últimos 30 anos e a industrialização não acompanhou esse
crescimento explosivo - a
principal atividade é a cerâmica. Cerca de 50% da população está desempregada,
de acordo com Jesus.
Para o subsecretário, a Cimento Mauá deveria ser responsabilizada pelos problemas ambientais e de infra-estrutura que estão atormentando o parque paleontológico. "Ela explorou a riqueza do local, faturou o que
tinha de faturar, deixou um
buraco e foi embora. Pessoas
ficaram sem emprego e a cidade permaneceu pobre",
afirmou Jesus.
A situação é comum em
outras áreas do mundo nas
quais a mineração foi atividade econômica de larga escala durante muito tempo e
agora está desaparecendo,
como o Estado de Montana
(Estados Unidos). Há uma
briga constante entre governos e empresas para que estas assumam responsabilidades por seu impacto.
Empresa
A Lafarge informou à Folha que, após o fim da atividade mineradora, desenvolveu diversas ações de recuperação ambiental. Na cava
da mina exaurida, por exemplo, a empresa optou por
uma das técnicas mais usadas no mundo e transformou a mesma em lago de
água doce.
A mineradora informou
ter zelado pela integridade
do terreno até 1990. A medida, segundo a empresa, garantiu não só que o processo
de revegetação se estabelecesse de forma definitiva,
mas também permitiu a preservação das características
ambientais da área, possibilitando sua transformação
em parque paleontológico.
A firma ressaltou ainda
que, desde 1990, não tem
mais posse do terreno. Com
isso, não pode ser responsabilizada, direta ou indiretamente, pelo abandono da
área ou por supostas contaminações do local.
Segundo a Lafarge, se
ocorreram novas contaminações, aconteceram após
sua saída, há mais de 15
anos.
(MHM)
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