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OUTRO LADO
Texto não tem discrepâncias, afirma Lemaire
FREE-LANCE PARA A FOLHA
André Lemaire se disse
"surpreso" ao ler a análise de
Altman sobre a inscrição do
ossuário. "Não encontrei a
separação do texto em duas
partes que ela aponta, e, se
você olhar com cuidado para uma boa fotografia, verá
que as letras têm a mesma
forma em ambos os trechos", disse à Folha o pesquisador francês.
Lemaire, que é professor
da Escola Prática de Altos
Estudos da Sorbonne, admite que a evidência linguística
mencionada por Flesher é
comum nos dialetos mais recentes do aramaico, mas não
exclui a hipótese de o trecho
ter sido escrito por alguém
do século de Jesus.
"O sufixo "-wy" aparece
mais cedo também, e um
dos melhores exemplos aparece exatamente em outro
ossuário do século 1º", afirma. Flesher menciona esse
mesmo exemplo em um artigo sobre a inscrição que será submetido a uma revista
científica, mas diz que a presença desse sufixo só se torna comum no século 2º.
Lemaire explica que sua
intenção inicial era publicar
a análise do ossuário num
periódico científico francês,
mas o dono do artefato (o
colecionador israelense
Oded Golan) pediu que ele o
fizesse numa revista em inglês, para que ele pudesse
entender a pesquisa.
"Mesmo levando em conta
o fato de que o "Biblical Archaelogy Review" não é uma
revista científica e se dirige a
um público mais amplo, eles
têm um bom comitê científico e são capazes de avaliar
um trabalho como esse", diz
o pesquisador francês.
"Entendo muito bem o
medo de que a inscrição seja
forjada. Mas o ossuário se
encaixa perfeitamente no
que sabemos sobre estilo de
escrita, língua e artesanato
da época", afirma Lemaire.
A "Biblical Archaelogy Review" anunciou que vai tratar da controvérsia nas próximas edições. "Mas os estudiosos com quem conversamos não concordam com
Altman", diz Steven Feldman, editor da revista.
(RJL)
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