São Paulo, sábado, 20 de fevereiro de 2010 |
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foco Planetário em Manaus mostra céu segundo visão dos índios da Amazônia
KÁTIA BRASIL DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS Um planetário cilíndrico para ensinar a astronomia indígena da Amazônia será aberto ao público em Manaus, em março. Os índios observam as constelações para seus rituais e atividades como o plantio. Mas as figuras formadas pelas estrelas têm nomes e significados diferentes dos da astronomia ocidental. A instalação, climatizada, fica dentro de um pavilhão do Jardim Botânico Adolpho Ducke, zona leste da cidade. "A Amazônia é cortada pela linha do equador. Como está no meio, o melhor sistema de projeção de uma esfera, que seria a abóbada celeste, é um cilindro", diz Germano Afonso, consultor do Musa (Museu da Amazônia), responsável pelo projeto. Para desenhar o céu amazônico do planetário, os pesquisadores desenvolveram softwares a partir da astronomia greco-romana e tupi-guarani. Fotos da Via Láctea são a base das projeções. Consultora do grupo de etnoastronomia do Musa, a índia torá Luciana da Cunha Ferreira, 27, retornou à aldeia em que nasceu para pesquisar o significado das estrelas. "Minha avó de 93 anos até hoje não precisa de relógio nem de calendário para identificar em que época tem de plantar a mandioca", diz ela. Ferreira descobriu que no céu dos torás a constelação de Escorpião é uma ave, o mutum. "Quando o pássaro aparece entre os meses de agosto e setembro, é sinal de que a seca será muito forte", diz. Texto Anterior: Frase Índice |
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