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Missão a Plutão tem peças iguais
DA REPORTAGEM LOCAL
A perda da Contour não é ruim
apenas para a equipe que trabalha
no estudo de cometas. Seu fracasso pode ter implicações que vão
até a órbita de Plutão. A sonda
New Horizons, que deve ser a primeira a visitar o nono planeta do
Sistema Solar, tem alguns sistemas em comum com a nave recém-perdida, o que levanta mais
dúvidas sobre sua viabilidade.
A missão a Plutão é uma das
mais polêmicas já concebidas. Ela
começou nas mãos do JPL (Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa), mas foi cancelada por sucessivos estouros no orçamento.
Por pressão da comunidade
científica, a Nasa decidiu abrir a
oportunidade para que outros laboratórios oferecessem um projeto alternativo, dentro do custo
previsto. Quem faturou foi o APL
da Universidade Johns Hopkins,
o mesmo laboratório que estava
desenvolvendo a Contour.
Nos últimos dois anos, a Nasa
tem classificado a missão como
ineficiente e tenta excluí-la de seu
orçamento. Mas o Congresso
americano, alinhado com a opinião pública e a comunidade
científica, obriga a agência a manter o programa, providenciando a
verba para mantê-lo. O lançamento está marcado para 2006.
A New Horizons tem em comum com a Contour todo o sistema de computadores, que faz o
controle de vôo e administra as
comunicações e o envio de informações à Terra. Como ninguém
sabe o que aconteceu na Contour,
é impossível descartar que esse
sistema tenha falhado.
Pela falta de informações sobre
o destino da Contour, os planos
da sonda plutoniana ainda não
sofreram alteração alguma. Mas é
mais uma sombra que se lança sobre a já ameaçada missão.
A pressa para a realização do
projeto se dá pela necessidade de
atingir o planeta até 2020. Só assim será possível observar a atmosfera de Plutão antes de ela
congelar, conforme o astro se
afasta ainda mais do Sol.
(SN)
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