São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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ESPAÇO

Sonda experimental partiu em setembro de 2003

Nave européia Smart-1 leva último empurrão em sua jornada à Lua

ESA
Ilustração mostra a sonda européia Smart-1, com seu motor iônico, atingindo uma órbita lunar


DA REPORTAGEM LOCAL

A sonda européia Smart-1 levou de seu motor, com sucesso, o último grande empurrão rumo à Lua. Com isso, deve entrar em órbita do satélite em 13 de novembro. E já não era sem tempo: a nave partiu em setembro do ano passado.
A missão na verdade é um teste experimental para o motor iônico desenvolvido pela ESA (Agência Espacial Européia), uma novidade em missões espaciais. Normalmente, naves espaciais são propelidas por combustão química: o combustível queimado é disparado para trás e empurra a nave à frente. Esse método oferece grandes acelerações num tempo muito curto e uma velocidade final não muito expressiva. Foi assim que os astronautas da Apollo foram à Lua, em apenas três dias e meio de viagem.
No caso dos motores iônicos, a idéia é arrancar elétrons do combustível, tornando-o eletricamente carregado. Aí, usa-se um campo magnético para empurrar o combustível para fora, impulsionando a nave. A taxa de aceleração é bem baixa, mas o motor é bem mais econômico (funciona por um tempo bem maior) e a velocidade final atingida pelo veículo pode acabar sendo superior.
Um motor iônico já foi usado pela sonda americana Deep Space-1, que sobrevoou um asteróide e um cometa. O primeiro esforço europeu nessa direção é a Smart-1. Ela foi levada por um foguete francês Ariane-5 até uma órbita terrestre e então ligou seus motores para aumentar sua altitude lentamente, até atingir a órbita lunar -o que está prestes a fazer.
Depois que ajustar sua nova órbita ao redor da Lua, processo que irá até meados de janeiro, a Smart-1 iniciará uma missão de seis meses estudando recursos naturais lunares.
É a primeira de uma série de missões, conduzidas por vários países, destinadas ao satélite natural. A visão mais audaciosa é a dos EUA: instruída pelo presidente americano George W. Bush, a Nasa atualmente se prepara para voltar a enviar astronautas ao solo lunar até 2020. (SN)


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