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Experimento faz pessoa comum virar torturador
Psicólogos reproduziram teste da década de 1960
DA REUTERS
Psicólogos conseguiram reproduzir um experimento clássico dos anos 1960, mostrando
que a maioria das pessoas aceita infligir dor em outras quando recebe ordens de alguém em
posição de autoridade.
No novo estudo, 70% dos
participantes convidados a ajudar um cientista aceitavam
aplicar choques num voluntário, que deveria ser punido cada
vez que errava uma resposta de
uma prova oral. Mesmo quando o homem se contorcia (na
verdade era um ator fingindo
dor), as pessoas continuavam a
aumentar a voltagem da "punição", a pedido do pesquisador.
"Se você colocar as pessoas
em certas situações, elas vão
agir de maneira perturbadora",
diz Jerry Burger, da Universidade de Santa Clara (EUA).
A versão original do experimento, de 1961, foi feita por
Stanley Milgram, da Universidade Yale, de Connecticut. Ele
verificou que, mesmo depois de
ouvir um ator gritar de dor no
nível de 150 volts, 82,5% dos
participantes continuaram a
dar os choques -a maioria até o
nível máximo de 450 volts.
Até hoje, ninguém tinha replicado o experimento em razão do trauma sofrido por voluntários que acreditavam estar lesionando as pessoas. Burger, então, decidiu parar em
150 volts no estudo com 29 homens e as 41 mulheres.
Quando soldados foram pegos torturando prisioneiros no
Iraque, alguns alegaram que o
ato teria sido fruto dessa obediência irrestrita. Burger, porém, nega que esse evento possa ser totalmente explicado
com os voluntários de seu teste.
"Não é que haja algo errado
com essas pessoas", diz. "A
idéia que vem dos anos 1960 é
que, de alguma forma, elas têm
essa característica de serem
mais propensas a obedecer."
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