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Ministros da UE aprovam corte de 20% em emissões
Decisão adotada ontem aponta para meta mais ambiciosa em acordo pós-Kyoto
Autoridades dizem que o
bloco está pronto para uma
redução de 30% até 2020,
se os outros países ricos se
moverem na mesma direção
John Giles/Associated Press
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DA REDAÇÃO
Os ministros do Ambiente da
União Européia concordaram
ontem em cortar as emissões
de dióxido de carbono do bloco
em 20% até 2020 e disseram
estar prontos para uma redução ainda mais drástica, de
30%, se outras nações industrializadas equiparassem os esforços europeus para conter o
aquecimento global.
O acordo entre os ministros,
firmado em Bruxelas, vem pouco mais de um mês depois de o
presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, ter
pedido uma "revolução pós-industrial" ao delinear a nova política energética do bloco.
O ministro do Ambiente da
Alemanha, Sigmar Gabriel, disse que uma meta global era
"certa e necessária para manter
o aquecimento abaixo de 2C
até o fim deste século".
Mas as 27 nações da UE ainda precisam decidir o que cada
uma terá de fazer para alcançar
a meta de 20% estabelecida.
Agora, os países europeus começarão a negociar um regime
de repartição de responsabilidades. Isso permitirá aos países
do Leste poluir proporcionalmente mais, para alcançar economicamente seus vizinhos
ocidentais -que têm maior
responsabilidade nas emissões
de CO2 e outros gases que esquentam o planeta. A estes caberia um esforço de redução
acima da meta.
Gabriel, que chamou o acordo de uma "decisão histórica",
disse a Alemanha poderia assumir uma meta de até 40% de
corte de emissões para ajudar a
diluir o esforço total.
Fazendo a cama
O acordo da UE vem em um
momento crítico, no qual o
mundo se prepara para negociar os termos de um regime de
redução de gases-estufa (que
aprisionam o calor da Terra na
atmosfera, causando o aquecimento anormal do planeta) que
substitua o Protocolo de Kyoto.
O tratado internacional, que
expira em 2012, prevê metas de
redução bem mais tímidas:
5,2% para os países industrializados até 2012, em relação aos
níveis de emissão de 1990.
Com uma meta unilateral tão
ambiciosa, a UE eleva a barra
dos debates sobre o pós-Kyoto,
reduzindo as chances de que o
próximo acordo seja fechado
com metas pífias.
Grupos ambientalistas louvaram a decisão da UE, mas pediram ao bloco para implementar os 30% de redução independentemente dos outros países.
"Os ministros ouviram a
ciência e deram um salto adiante na resolução da crise climática", disse Mahi Sideriou, do
Greenpeace. "Mas sugerir um
magro corte unilateral de 20%
e ao mesmo tempo admitir que
ele é inadequado e que um corte de 30% será necessário é
uma discrepância bizarra."
O secretário do Ambiente do
Reino Unido, David Miliband,
defendeu a posição da UE: "O
compromisso unilateral de cortar as emissões européias em
20% até 2020 -o primeiro do
tipo- mostra que nós estamos
comprometidos a agir".
Miliband deu também um
recado sobre a posição européia nas negociações internacionais: "A ação na UE não basta. Nosso compromisso com
um corte de 30% nas emissões
como parte de um acordo global fortalece a capacidade da
UE de liderar o debate nas conversas sobre clima no G8 e na
ONU e de assegurar um resultado ambicioso".
A mensagem do ministro
tem dois alvos certos: os EUA,
maior poluidor do mundo, que
têm rejeitado metas obrigatórias de corte de emissões, e os
gigantes do mundo subdesenvolvido (Brasil, China, Índia,
África do Sul e México), que
também resistem a metas
-mas que provavelmente serão obrigados a adotá-las num
novo tratado global.
Com agências internacionais e
"The Independent"
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