São Paulo, terça-feira, 21 de junho de 2011

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Truques virais empolgam e exigem cautela

DO EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE

Parece uma temeridade sair enfiando vírus no organismo de alguém com câncer, mas o fato é que esses antigos inimigos dominam truques bioquímicos para lá de úteis há milhões de anos.
Por isso, com o devido cuidado, eles podem se revelar um arsenal valioso para a medicina do futuro, a começar pela chamada terapia genética, cujo objetivo é atacar enfermidades que derivam de um problema no DNA.
Vírus são úteis nesse sentido porque muitos deles sabem como se integrar ao DNA do hospedeiro.
Na prática, o que acontece é que o vírus invasor faz um corte em determinado pedaço do genoma da célula que infectou e, lá dentro, insere uma cópia de seu próprio material genético.

CONTRABANDO
Quando essa célula se multiplicar, passará às células-filhas o DNA viral contrabandeado -e, provavelmente, as proteínas que serão produzidas usando o material genético do vírus como receita.
Com base nesse princípio, é possível não só induzir a produção de substâncias que atiçam o sistema de defesa do organismo como também moléculas que estão faltando no corpo. Dá até para "ensinar" células a voltarem a um estado primitivo, parecido com o de embriões muito novinhos.
É claro que, em se tratando de vírus, todo cuidado é pouco. Em 1999, um teste clínico de terapia genética usando essa abordagem matou Jesse Gelsinger, de apenas 18 anos, nos EUA. (RJL)


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