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AMAZÔNIA
Atividade teria movimentado R$ 385 milhões
Desmatamento ilegal dá carvão a siderurgia do PA e MA, diz Ibama
DA REPORTAGEM LOCAL
Um levantamento feito pelo
Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) diz ter encontrado o que pode ser "o quinto
motor" do desmatamento da
Amazônia. Além da grilagem, da
exploração de madeira, da pecuária e da monocultura, a floresta
amazônica do Pará e do Maranhão está sendo ilegalmente
transformada em carvão para alimentar a indústria siderúrgica
desses Estados.
Segundo o relatório, cujos dados foram divulgados no fim da
semana passada, o carvão abastece principalmente as usinas do
pólo siderúrgico de Carajás (PA).
A investigação, que abrange os
anos de 2000 a 2004, verificou que
as siderúrgicas paraenses e maranhenses deixaram de declarar a
origem de 7,7 milhões de metros
cúbicos de madeira. O total de
carvão consumido ilegalmente
equivaleria a R$ 385 milhões.
As próprias informações fornecidas pelas indústrias mostram
que seu consumo é superior ao
carvão que pode ser obtido de
fontes legais (como reflorestamento e sobras da produção de
móveis), segundo o Ibama. Em
uma das siderúrgicas, a fiscalização constatou a presença de tabelas de preço de carvão produzido
com e sem a autorização necessária para a derrubada.
De 2002 até hoje, o Ibama havia
aplicado 219 multas pela exploração ilegal da floresta para produzir carvão nos dois Estados, totalizando R$ 9,568 milhões em penalidades. Com os dados do levantamento, no entanto, o órgão afirma que as multas poderão chegar
a R$ 537 milhões no Pará e 339
milhões no Maranhão. Além disso, as empresas poderão ser forçadas a reflorestar a região.
O Ibama deverá realizar vistoria
também em Minas Gerais, que recebe carvão do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
(RJL)
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