São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Terceirizações podem chegar aos parques nacionais, diz governo

Concessão à iniciativa privada pode incluir desde serviços até parcerias de administração

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

Depois dos aeroportos, o governo Dilma Rousseff estuda conceder parques nacionais à iniciativa privada. As ministras Miriam Belchior (Planejamento) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) assinaram ontem um acordo para a "modernização da gestão" de unidades de conservação do país.
Isso pode incluir desde concessões de serviços -como hospedagem, alimentação e prática de esportes- até parcerias público-privadas para a administração.
"Espero já no ano que vem oferecer as primeiras concessões", afirmou Izabella, que evita falar em privatização. Os primeiros parques nacionais a participar da experiência serão os de Jericoacoara e Ubajara, no Ceará, e os de Sete Cidades e da Serra das Confusões, no Piauí.
Mas outras unidades de conservação com grande potencial de visitação, como Fernando de Noronha (PE), Anavilhanas (AM), Serra do Cipó (MG) e Lençóis Maranhenses (MA), também estão na mira, disse Rômulo Mello, presidente do ICMBio (Instituto Chico Mendes). O instituto já encomendou à ONG CSF, de Belo Horizonte, modelos de concessão de serviços nesses parques. A iniciativa visa a turbinar a visitação e o orçamento das unidades. O Ministério do Meio Ambiente quer fazer das áreas protegidas um carro-chefe do turismo no país.
O ICMBio, que gerencia 310 unidades de conservação federais, tem só R$ 338 milhões para gastar neste ano -como a Folha mostrou em agosto, o órgão teve seu orçamento cortado em quase 30%.
O Brasil é um dos países megadiversos que menos investem em áreas protegidas: são R$ 4 por hectare, contra R$ 21 da Argentina e R$ 156 dos EUA, segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente.
Concessões de serviço já funcionam em parques como o do Iguaçu (PR), que gera para Foz do Iguaçu R$ 120 milhões por ano, diz Izabella.


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