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ESPAÇO
Estação atinge 220 km, altitude crítica para cancelamento da derrubada; ilhas do Pacífico Sul temem destroços
Rússia confirma queda da Mir para amanhã
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A estação espacial Mir vai mesmo fazer sua reentrada na atmosfera amanhã. O complexo russo
entrou num "caminho sem volta", ao atingir a órbita crítica para
o início das operações de derrubada, 220 km acima da superfície
do planeta. Agora não há mais como adiar ou desistir da manobra.
"Tudo está indo de acordo com
o plano. Amanhã (hoje) às 4h (horário de Moscou) começaremos a
orientar a estação e ligar seus controles", declarou um porta-voz da
equipe de controle da missão.
O planejamento prevê que amanhã, por volta das 3h30 (horário
de Brasília), a Mir já esteja afundando no oceano Pacífico. A queda será concluída após três disparos dos propulsores da nave de
carga Progress. Os disparos vão
frear a estação, durante quatro órbitas, para que ela caia no mar.
O que sobrar da Mir, cerca de 30
toneladas distribuídas em 1.500
pedaços, deve cair numa região
de mar com 6.000 km de largura
por 200 km de comprimento.
Há algumas ilhas na região
ameaçada, como a de Páscoa, território pertencente ao Chile a
3.200 km da costa da América do
Sul. Lá vivem cerca de 2.800 pessoas, que não estão felizes com a
possibilidade de um pedaço da estação cair sobre suas cabeças. O
local é conhecido pelos moais, estátuas gigantes colocadas por antigos habitantes nas praias da ilha.
"Estamos apenas esperando
que nada aterrisse em nós. Que
podemos fazer? Não podemos
sair da frente", disse uma operadora de passeios turísticos da ilha.
O Chile recusou um convite para que seu embaixador visitasse o
centro de controle da missão russo para acompanhar a queda. O
governo chileno acha que a Rússia não tem direito de usar o oceano como "ferro-velho espacial".
Os russos esperam que o impacto central ocorra em uma região
do Pacífico a 3.000 km da Nova
Zelândia. Para encontrar o local,
basta procurar o alvo flutuante
colocado pela empresa Taco Bell,
que promete dar uma tortilla a cada norte-americano se o módulo
principal da Mir cair sobre a lona.
Junto à ilha de Páscoa, várias
outras ilhotas do Pacífico também
estão na torcida para que a Mir
não desabe sobre elas. De Fiji à
ilha chilena -os dois extremos
da região da queda-, moradores
e governos estão em alerta.
Job Esau, do Escritório Nacional
de Administração de Catástrofes
em Vanuatu, um paraíso tropical
de 182 mil habitantes, disse que as
autoridades iriam distribuir uma
nota na noite de ontem e se reuniriam com líderes comunitários
hoje, para "manter os navios nos
portos e as pessoas em casa".
Fiji também tomou providências, pedindo a seus 800 mil habitantes que fiquem em casa, não
saiam ao mar e evitem quaisquer
"objetos estranhos".
A reentrada poderá ser vista
momentos após ter ocorrido no
site www.mirreentry.com.
Mars Polar Lander
Uma equipe do Nima (Agência
Nacional de Mapeamento e Imagens), do Departamento de Defesa dos EUA, acredita ter encontrado a sonda Mars Polar Lander na
superfície de Marte. A Nasa
(agência espacial dos EUA) perdeu contato com o veículo logo
depois de sua entrada na atmosfera marciana. A nave foi declarada
perdida em janeiro de 2000.
A Nasa acreditava que uma falha nos mecanismos criados para
suavizar o pouso houvesse feito
com que a sonda se espatifasse na
superfície. Nasa e Nima trabalharão juntas para confirmar se de fato os traços nas imagens são da
nave perdida.
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