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Modelo matemático prevê gols no futebol
ROBERT MATTHEWS
da "New Scientist"
Você gostaria de ter uma previsão para o resultado do próximo
jogo de seu time de futebol? Uma
boa dica para quem deseja aprender a fazer esse tipo de previsão foi
apresentada em fevereiro na Universidade de Gales, em Swansea,
no Reino Unido
Em uma palestra promovida pela
Sociedade Real de Estatística, Michael Robinson, pesquisador da
Universidade de Surrey, falou sobre como a matemática é capaz de
prever os resultados de partidas de
futebol -e talvez possa até ajudar
a lucrar com isso, às custas dos corretores de apostas esportivas, ou
"bookmakers".
Muitos apostadores já desconfiavam que deve existir algum tipo de
lei matemática que rege os resultados das partidas de futebol e que o
placar provavelmente depende da
correlação de forças entre os dois
times.
Até agora, porém, as tentativas
de esboçar essa lei em termos matemáticos têm sido bastante rudimentares.
Baseadas no que os estatísticos
conhecem como modelos de Poisson, é possível avaliar o histórico
de cada time na defesa e no ataque
com base em seus resultados passados. A partir disso, um novo modelo prevê qual será o placar de
uma partida específica.
Robinson e seu colaborador
Mark Dixon, pesquisador da Universidade City, em Londres, analisaram 7.000 partidas entre times
da liga inglesa de futebol.
Sua análise trouxe à tona algumas tendências sutis dos placares e
permitiu que os dois pesquisadores desenvolvessem o modelo mais
sofisticado criado até hoje para
prever não apenas os resultados finais das partidas, mas também o
placar em momentos diversos ao
longo de cada disputa (leia texto
nesta página).
Segundo Robinson, os dados que
revelam os momentos da partida
em que serão feitos gols não são
aleatórios, como se supunha anteriormente. À medida que o jogo
avança, aumenta a probabilidade
de surgir mais gols.
"Talvez isso se deva ao fato de as
defesas cometerem cada vez mais
erros, na medida em que os jogadores vão se cansando", afirma
Robinson.
Time da casa x visitante
Os dados obtidos pelos dois pesquisadores britânicos também sugerem que o ritmo em que são feitos os gols depende do placar em
cada momento.
Se, por exemplo, uma equipe visitante estiver ganhando o jogo
disputado com uma local, a tendência é que ambos os times façam
mais gols, possivelmente porque o
elenco da casa não quer decepcionar sua torcida.
Robinson e Dixon incorporaram
esses fatores a um novo modelo
matemático. Com a ajuda de um
computador, determinaram, por
estimativa, um número de variáveis para cada time que integra a liga inglesa, usando os resultados de
metade das partidas analisadas.
Depois de estabelecer essas variáveis, eles testaram seu modelo,
fazendo com que ele previsse os
placares finais da outra metade das
partidas.
Os resultados foram impressionantes. Os placares finais das partidas estavam situados dentro do
conjunto de placares possíveis previsto pelo modelo.
Mas quem estiver pensando em
ganhar dinheiro com o novo modelo fará bem em se apressar. Uma
firma de apostas já iniciou negociações informais com Robinson e
Dixon -com certeza para garantir
que seus corretores possam continuar um passo à frente dos apostadores.
Tradução de
Clara Allain
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