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CÉLULAS-TRONCO
Supremo julgará pesquisas com embrião na quarta-feira
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Está marcada para a próxima quarta-feira, dia 28 de
maio, a retomada do julgamento sobre a realização de
pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil. A
discussão foi interrompida
por um pedido de vista do
ministro do STF Carlos Alberto Menezes Direito no
início de março.
O julgamento terá início às
8h30, segundo o presidente
do STF, ministro Gilmar
Mendes, e deve se prolongar
pelo resto do dia. O tribunal
vai decidir sobre a ação direta de inconstitucionalidade
proposta pelo ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles contra o artigo
da Lei de Biossegurança, de
2005, que liberou essa linha
de pesquisa.
Quando começou, três dos
11 ministros se manifestaram a favor das pesquisas
com embriões humanos.
O relator da ação, Carlos
Ayres Britto, votou favorável
à continuidade das pesquisas
e foi acompanhado pela então presidenta do STF, Ellen
Gracie, mesmo depois do pedido de vista. O decano Celso
de Mello não chegou a votar,
mas deixou claro que considera a lei constitucional.
Em seu voto, Ayres Britto
afirmou que "a vida humana,
já revestida do atributo da
personalidade civil, é um fenômeno que transcorre entre o nascimento com vida e
a morte cerebral", extrapolando o tema em debate e
abrindo, segundo algumas
avaliações, o caminho para a
defesa de teses sobre a legalização do aborto.
Jurista católico
O autor do pedido de vista,
ministro Menezes Direito, é
membro da Ujucarj (União
dos Juristas Católicos do Rio
de Janeiro), contrária ao uso
de células-tronco. Ao ser
aceito como associado, ele
assumiu o compromisso de
atuar "na defesa e na proteção da vida humana, desde a
concepção até a morte natural, sem exceções".
Em 2001, Direito afirmou
que as pesquisas com embriões humanos significam a
sua destruição e concluiu
que "o embrião humano é vida, titular de um existir que
começa com a sua concepção
em um processo que só termina com a morte".
As células-tronco de embriões são capazes de se diferenciar em qualquer tipo de
tecido, daí seu potencial terapêutico. No entanto, para
obtê-las, é preciso destruir
embriões de cerca de cem células, algo inaceitável para os
católicos.
(FELIPE SELIGMAN)
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