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Dado parcial aponta para redução no desmate
A dois meses da divulgação de dado final, satélite indica queda de 47%
Situação da floresta no Pará ainda é incógnita; nuvens encobriram sistema que vigia território em tempo real
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO
Dados de satélite sinalizam que o desmatamento na
Amazônia pode ter uma redução grande neste ano. Entre agosto de 2009 e maio de
2010, 1.567 km2 foram desmatados -uma redução de 47%
em comparação com o período 2008/2009 (2.960 km2).
Esses números do Deter, o
sistema de detecção em tempo real do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), porém, não são completos. Têm de ser confirmados pelo Prodes, o sistema
mais preciso usado pelos
pesquisadores do instituto.
Por não ser em tempo real,
porém, o Prodes não aponta
com agilidade novos focos de
desmatamento para o Ibama.
Ainda tem dados de 2010.
O Deter, mesmo sendo
ágil, sofre com a cobertura de
nuvens (o Prodes fotografa
só durante a seca), que varia
mês a mês, barrando a visão
dos satélites e tornando difícil estabelecer boas tendências de desmatamento. Nos
últimos meses, Estados campeões de desmate, como o
Pará, estavam encobertos.
Os números acima também não incluem junho e julho, em que tradicionalmente se desmata muito. Além
disso, há um limitação de resolução do Deter, que só
identifica desmates maiores
do que 25 hectares (o Prodes
vê áreas de até seis).
Segundo Dalton Valeriano, que coordena os dois programas dentro do Inpe, como
a proporção de desmatamentos grandes está diminuindo
na Amazônia, é natural que
os números do Deter encolham. Afirmar que o país está
desmatando menos ainda é
mera "especulação", diz.
"Hoje, o desmatamento
pequeno representa até 60%
do total. É muito mais fácil
fiscalizar os grandes."
Em 2009, o Deter apontou
cerca de 3 mil km2 de desmatamento na Amazônia. O Prodes encontrou 7.500 km2.
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