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Bananas transgênicas brasileiras
podem ser testadas em Honduras
DO ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA
O principal centro de pesquisa
brasileiro na área já pensa em testar seus produtos no exterior. A
Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia está em negociações com Honduras para testar
uma banana transgênica nesse
país da América Central, segundo
o pesquisador Francisco Aragão.
Pesquisas com algodão, batata,
feijão e mamão transgênicos estão paradas. "O Brasil poderia ser
o segundo país em desenvolvimento, depois da China, a plantar
seus próprios transgênicos", diz.
"Se ouve gente falando que é a
favor da pesquisa com transgênicos, mas não do cultivo comercial.
Se faz pesquisa para quê, então?"
-perguntou ele durante palestra
no 49º Congresso Nacional de Genética, encerrado na sexta-feira.
Mesmo experimentos não-comerciais estão paralisados, o que
faz com que toda a rede de laboratórios de estudos de biossegurança esteja também parada.
Na sexta-feira, a Presidência da
República havia anunciado para
esta semana uma decisão sobre o
plantio de soja transgênica na safra a ser plantada em outubro.
Agricultores em todo o país, sobretudo no Rio Grande do Sul,
vêm há alguns fazendo ilegalmente o plantio de soja transgênica.
Aragão citou vários "absurdos"
nas regras atuais. Por exemplo,
batatas modificadas geneticamente têm de ser manipuladas
como se fossem agrotóxicos
-exigindo macacão, luvas, óculos com viseiras etc.
Algumas plantas transgênicas
da Embrapa seriam úteis aos pequenos agricultores, como um
feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, que tem destruído
plantações em vários Estados.
Um mamão resistente à doença já
é plantado no Havaí. No Brasil, a
solução do agricultor quando afetado é cortar os pés de mamão.
A soja transgênica comercializada pela empresa Monsanto
confere resistência a um herbicida, fazendo com que o agricultor
o use em menor quantidade, segundo os defensores da biotecnologia. Isso baratearia a produção e
diminuiria riscos ao ambiente.
O Ministério do Meio Ambiente
argumenta que não há estudos de
impacto ambiental em número
suficiente para tornar a soja modificada 100% segura. "O ministério não é contra a tecnologia", disse Rubens Nodari, da Secretaria
de Biodiversidade e Florestas.
"Estamos indo na contramão da
pesquisa mundial, com exigências descabidas", disse Ernesto
Paterniani, da USP.
(RICARDO BONALUME NETO)
RICARDO BONALUME NETO viajou a
convite da Sociedade Bras. de Genética
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